Pecuaristas de MT desmamam bezerros com três meses e levam para a engorda

Dificuldade de criação no Pantanal fez com que fazenda investisse no sistema, que tem dado mais lucro para o produtor

Fonte: Divulgação/Embrapa

No Pantanal de Mato Grosso, pecuaristas estão desmamando bezerros com três meses de idade e levando para a engorda. O sistema inovador tem dado resultados surpreendentes como, por exemplo, a oferta de animais prontos para serem abatidos com até vinte meses, o que agrega valor e qualidade à carne.

Uma propriedade no município de Poconé (MT) vem, pelo terceiro ano seguido, adotando o sistema de desmama precoce. Para o médico veterinário e gerente da fazenda Alex Oliveira, o sistema tem dado resultados positivos. “Hoje temos alguns resultados de 680 gramas/dia para o macho e 560 gramas por fêmea. Isso jamais conseguiria no extensivo. Hoje se fala em um abate de 24 meses, que é o que a gente está conseguindo aqui”, disse.

Por ano, a fazenda gerenciada por Alex produz cerca de 2,5 mil bezerros, que são desmamados aos três meses de idade. As fêmeas retornam para o pasto e os machos recebem alimentação no confinamento até irem para o abate.

“Preparamos uma ração com bastante proteína, feita com farelo de soja, farelo de girassol e milho. O núcleo de desmama precoce tem uma aceitação excelente”, avaliou o consultor técnico Mário Roberto Faro Dorileo Júnior, que disse ainda que a prática tem contribuído para a reprodução do gado, principalmente para as vacas de primeira cria: “a gente estaria livrando ela do filho para ela não perder as condições corporais e, consequentemente, produzir outro bezerro para o próximo ano”.

Para Alex Oliveira, a técnica foi uma grata surpresa, mesmo com todo o seu conhecimento técnico. “Como veterinário, posso falar que não acreditava muito na técnica. Posso dizer que desmamar um bezerro de três meses é um risco, mas o que eu percebi é que está sendo fantástico para nós”, falou.

A decisão de desmamar os bezerros mais cedo tem aumentado as vendas de animais para o gerente, que credita ao sistema uma qualidade melhor para a carne. “O marmoreio dessa carne é muito mais macia. No extensivo o acabamento seria mais inferior, esse marmoreio tem o reflexo desde a desmama, já que são bezerros mais tranquilos“, completou.