Boa demanda deve sustentar cotações do milho, diz Rabobank

Com a produção de verão atingindo o menor volume dos últimos 20 anos, o resultado da segunda safra será determinante para formação das cotações

Fonte: Divulgação/Pixabay

A expectativa é de que a produção total de milho seja de 85,5 milhões de toneladas na safra 2017/2018, segundo o Rabobank. Dada a competitividade do cereal brasileiro no mercado internacional, as exportações devem seguir em patamares próximos de 30 milhões de toneladas em 2018. Além disso, a demanda interna também tem viés altista. Nesse cenário, a perspectiva é de pressão sobre os estoques nacionais, dando sustentação aos preços locais. 

A estimativa é que a média do indicador Cepea/BM&F do milho no ciclo 2017/2018, com base em fevereiro de 2018 a janeiro de 2019, fique entre R$ 33 e R$ 35 por saca de 60 quilos, ante uma média de R$ 30 por saca na safra 2016/2017.

Menor safra em 20 anos

Com a colheita do milho verão em andamento, o Rabobank estima a produção brasileira em 25 milhões de toneladas. Esse valor, se confirmado, representaria a menor safra do cereal semeado nos últimos 20 anos.

Vale ressaltar que, pela primeira vez desde o início dos levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em 1976, o Brasil destinou menos de cinco milhões de hectares ao milho verão. Dessa forma, elevam-se as apostas na segunda safra de milho na composição da oferta nacional do cereal na safra 2017/2018.

O cenário-base do Rabobank aponta para uma área de 11,7 milhões de hectares destinada ao milho segunda safra, leve redução em comparação ao ciclo anterior em função de problemas pontuais de atraso de ciclo e colheita da soja, cultura que antecede a safrinha. Assim, assumindo a linha de tendência da produtividade, a produção nacional é estimada em 60,5 milhões de toneladas.

Um ponto de atenção, segundo o banco, é o clima no Brasil durante o segundo trimestre, que “terá papel fundamental na definição da produção da safrinha. Dessa forma, é esperada alta volatilidade de preços no mercado futuro – é interessante que produtores e compradores de milho definam suas estratégias de hedge”, diz a entidade, em nota.