Bancada ruralista quer suspensão de últimas portarias editadas por Dilma

Durante encontro com a Frente, Maggi diz que vai buscar mais autonomia para o Ministério da Agricultura 

Fonte: Divulgação/FPA

O problema de abastecimento de milho foi discutido nesta terça, dia 17, em almoço da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em Brasília (DF). O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, pretende aumentar o limite de compra para cada produtor e prometeu discutir com outros ministérios, nos próximos dias.

Em Santa Catarina, a conta dos suinocultores não está fechando e o prejuízo chega a R$ 100 por animal. O motivo está no custo com a compra de milho para ração. A saca de 60 quilos está sendo vendida a R$ 55. Algumas cooperativas estão com estoque de grão para apenas mais dez dias. Até agora, o socorro prometido não chegou até os criadores. O ministro assinou, nesta terça, um documento para dar sequência à liberação de 160 mil toneladas de milho para venda em balcão, mas isso depende também de outros ministérios.

“Nós queremos passar de seis toneladas para 20 toneladas por produtor, mas precisamos passar por um comitê com cinco ministérios dando palpite. Precisamos mudar isso”, afirmou Maggi.

Na reunião, os parlamentares também pediram ao ministro a suspensão de algumas portarias editadas nos últimos 30 dias, pelo governo Dilma Rousseff. Segundo o presidente da FPA, Marcos Montes (PSD-MG), as portarias trazem insegurança jurídica para o setor. “A presidente tomou decisões de forma irresponsável, que precisam ser revistas. Por exemplo, as demarcações de terras indígenas, a aquisição de terras por estrangeiros. Há muitos assuntos a serem debatidos”, salientou.

Maggi garantiu que vai aumentar a autonomia do Mapa em decisões sobre políticas para o setor. O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, aproveitou para cobrar o fim da importação de café do Peru, que foi autorizada na última semana. “O ministro sinalizou positivamente e estamos levando para ele um documento mostrando realmente o mal que isso poderia causar ao Brasil. É uma concorrência desleal ao nosso produtor”, destacou Brasileiro.

“Vamos ver o que é possível. Conversei com a ministra Kátia Abreu nesta terça e ela me deu os motivos para esta alteração. Vamos levar em conta, pois é uma questão comercial entre Brasil e Peru. Mas se for uma coisa que afeta diretamente o produtor brasileiro, óbvio que não vamos concordar”, concluiu Maggi.