Codevasf produz 154 milhões de alevinos desde 2007

Companhia realizou mais de 750 ações de recomposição da fauna da bacia do São Francisco, além de fomentar criações comerciais na região

Fonte: Codevasf/divulgação

A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) produziu cerca de 154,2 milhões de alevinos (filhotes de peixes) nos Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da empresa desde 2007. Desse total, 70,9 milhões eram de espécies nativas da bacia do Rio São Francisco, como piau, xira, matrinxã, pacamã e pirá, e foram usados em 758 ações de recomposição da fauna da bacia (peixamentos).

O restante da produção (83,3 milhões de alevinos) fomentou criações comerciais, impulsionou a atividade produtiva e proporcionou aumento da renda familiar de pequenos produtores. Os números fazem parte do mais recente balanço de atividades da empresa, divulgado nesta quinta-feira, dia 15.

A Codevasf tem sete Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura na bacia do São Francisco, localizados em municípios de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Até 2007, essas unidades eram chamadas de Estações de Piscicultura. Nos centros foram realizados os primeiros projetos bem-sucedidos de reprodução artificial de espécies de importância ecológica e econômica para a região do São Francisco, como o surubim e o pirá.

Somente em 2017, foram produzidos 8,1 milhões de alevinos nos sete centros da Codevasf (4,3 milhões de espécies nativas e 3,8 milhões de não nativas). Além disso, foram realizados 27 peixamentos e 12 pesquisas; 22 trabalhos científicos foram publicados em 2017 com base em projetos empreendidos nos centros, informa a Codevasf.

“Os barramentos realizados nos cursos d’água para controle de vazão e geração de energia criam obstáculos para a reprodução de peixes e, com isso, há uma redução em sua quantidade. O trabalho da Codevasf está situado nesse contexto ecológico e de apoio à aquicultura comercial e à pesca artesanal. Além disso, ele fornece estrutura para formação de mão de obra especializada e produção científica”, informa em comunicado Maria Valdenete Pinheiro, gerente de Desenvolvimento Regional da Codevasf.

Entre os projetos recentes dos centros está o de reintrodução do pirá – peixe símbolo da bacia hidrográfica do São Francisco e exclusivo da região – na área do Baixo São Francisco, onde a espécie não era mais encontrada por pescadores. Como estratégia de reintrodução, técnicos dos Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Três Marias (MG) e Itiúba (AL) realizaram, em dezembro de 2015, a captura de exemplares da espécie no Rio Paracatu, afluente do São Francisco, na região de Três Marias. 

Os exemplares capturados foram levados para o centro de Itiúba para acompanhamento e reprodução artificial. Desde então, segundo a Codevasf, os peixamentos da companhia no Baixo São Francisco são realizados com alevinos de pirá produzidos localmente.