MST invade fazenda de ex-ministro do STF

Cerca de 100 integrantes do grupo estão na propriedade de Carlos Fulgêncio da Cunha Peixoto; advogado diz que entrará com reintegração de posse 

Fonte: Divulgação/MST

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) informou que 100 de seus integrantes invadiram nesta madrugada a Fazenda Talismã/Farpão, em Salto da Divisa, no Vale do Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais, que pertence à família do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Fulgêncio da Cunha Peixoto.

Segundo o grupo, a propriedade foi considerada improdutiva pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em 2010, junto com outras nove fazenda da região, mas o processo de desapropriação não avançou.

O escritório de advocacia responsável por cuidar do espólio de Euler da Cunha Peixoto, proprietário da fazenda, Cunha Peixoto & Guimarães, contesta os argumentos do MST, apresentando um documento da Superintendência Regional do Incra datado de 2012 que considerou a propriedade como inadequada para a reforma agrária em 2012, “dada às restrições agronômicas e ambientais do imóvel rural”. Ele informou que entrará com um pedido de reintegração de posse.

Cunha Peixoto foi nomeado ministro do STF em 1975, durante o governo de Ernesto Geisel, e ocupou o cargo até 1981, quando se aposentou em virtude da idade. Ele faleceu em novembro de 1989, aos 77 anos. 

Fazenda Figueira

Na Fazenda Figueira, em Londrina, invadida pelo MST em 18 de agosto, o Incra está fazendo um levantamento para elaborar o laudo técnico de produtividade do local. A propriedade pertence à Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (FEALQ).

A realização do laudo foi definida em reunião na noite desta segunda, dia 14, em que participaram a Superintendência Regional do Incra no Paraná, representantes do MST e da administração da fazenda Figueira. Participaram também o prefeito de Londrina, Alexandre Lopes Kireeff, o Ministério Público do município, o presidente do Sindicato Rural, Narciso Pissinatti, representantes da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e da Secretaria Especial de Assuntos Fundiários do estado, .

O prazo para conclusão e divulgação do laudo técnico é de até 5 de outubro. Na reunião foi acordado que após a expedição do laudo, a área deverá ser desocupada pelo MST até 8 de outubro. 

O secretário especial de Assuntos Fundiários do Paraná e o Sindicato Rural de Londrina se reuniram com produtores rurais após a reunião para esclarecimentos a respeito da situação.