Alta da tonelada de carne pode explicar recuo de exportação

Embarques mensais recuaram 22% em abril deste ano ante março do mesmo ano, somando, no mês passado, 86,6 mil toneladas

Fonte: Divulgação/Sepaf (MS)

O recuo nas exportações de carne bovina in natura do Brasil em abril ante março de 2016 pode ser explicado por uma possível redução nos contratos de exportação, por causa da alta no valor pago por tonelada, segundo avaliação do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Conforme a instituição, com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/MDIC) anunciados na terça, dia 3, as exportações brasileiras mensais de carne bovina in natura recuaram 22% em abril deste ano ante março do mesmo ano, somando, no mês passado, 86,6 mil toneladas. No terceiro mês de 2016, as exportações da proteína in natura alcançaram 111 mil toneladas. 

O preço pago por tonelada em abril foi de US$ 3.919,10, aumento de 5,5% em relação a março/2016, mas 5,9% menor que o de abril/2015. Em reais, a tonelada foi negociada a R$ 13.913,04 em abril, leve aumento de 1,2% em relação a março de 2016, mas elevação de quase 10% frente a abril de 2015.  

Segundo dados da Secex, os embarques de abril renderam R$ 1,2 bilhão aos exportadores brasileiros, a menor receita desde maio de 2015 (de R$ 1,06 bilhão). Esse montante esteve 20,9% abaixo do obtido em março de 2016, mas ainda 14,2% acima do de abril de 2015. Tal desempenho no mês passado desanimou parte dos frigoríficos, informa o Cepea, que já vêm relatando dificuldades de venda da carne bovina no mercado atacadista brasileiro. “De fato, o preço médio da carcaça casada recuou em abril na Grande São Paulo”, ressalta o centro de pesquisas. 

O valor médio da carcaça casada bovina negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo caiu 3,74% no correr de abril, fechando a R$ 9,78/kg no dia 29 (à vista) – neste início de maio, os valores seguem em queda, a R$ 9,76/kg na terça, dia 3. Na comparação entre as médias mensais, a baixa é de 2,25%.