Lançado manual de boas práticas de bem-estar para cavalos em competições

Publicação reúne informações úteis para prevenir acidentes e problemas de saúde em animais de competição

Fonte: Felipe Ulbrich/ABCCC/Divulgação

A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançaram nesta terça, dia 2, na Expointer, o Manual de Boas Práticas para o Bem-estar Animal em Competições Equestres

Segundo o superintendente do Serviço de Registro Genealógico da da ABCCC, Rodrigo Teixeira, até então, só havia disponível no país um manual dedicado a animais de produção

– O uso da publicação não é obrigatório, mas reúne uma série de sugestões para que os produtores possam seguir boas práticas – afirma Teixeira.
 
De acordo com a responsável pela Comissão do Bem-Estar do Mapa, Lizie Buss, a confecção do manual envolveu um ano de trabalho. A elaboração do conteúdo foi articulada pela Câmara Setorial de Equideocultura – órgão que representa as associações de raça perante o Mapa – em conjunto com outras entidades do setor em todo o Brasil. 

– Mesmo que grande parte das pessoas compreenda o comportamento do animal em determinadas situações, por meio de experimentação, a publicação é muito importante para prevenir acidentes e problemas de saúde – diz ela.

O manual pode ser baixado diretamente do site do ministério, e reúne informações sobre uso de equipamentos, rotinas gerais para treinamentos, transporte, entre outros assuntos. 

Maus tratos

O manual define como maus tratos aos cavalos quaisquer práticas que provoquem no animal reações de desconforto prolongado ou permanente, dor, exaustão, tais como:

– deixar a embocadura na boca do animal por períodos extensos; 

– amarrar o animal por período extenso; 

– utilizar equipamentos de controle baseados na resposta à dor (exemplo: focinheira serrilhada, gamarra de arame fino, embocadura de corrente); 

– montar ou cavalgar animal em estado de subnutrição ou score corporal igual ou inferior a 3 (três) conforme escala de Henneke; 

– usar técnicas ou métodos de treinamento ou aquecimento que provoquem golpes nas pernas do animal com objetos; 

– esporadas ou chicotadas excessivas; 

– puxadas de rédeas excessivas; 

– saltos excessivos; 

– spinning (volta sobre patas) excessivos; 

– todas as formas de barragem ou “pincho” na prática de salto de obstáculos ;

– o uso de qualquer prática, aparelho ou ferramenta que restrinja o movimento e/ ou sensibilidade da cauda do animal; 

–  apresentar para prova e treinamento animal que esteja aparentemente apático, fraco, letárgico, macilento (emaciado), de expressão contraída ou excessivamente cansada; 

– tratamento intencional ou negligente que resulte em qualquer sangramento

– arrastar animais conscientes; 

– quaisquer outras consideradas abusivas por médico veterinário.