Agronegócio cobra projetos de Kátia Abreu que não saíram do papel

Aumento da classe média rural, plano de defesa agropecuária e criação de lei plurianual são algumas das promessas da ministra da Agricultura que não se tornaram realidade

Fonte: Carlos Silva/Mapa

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, vem recebendo críticas do setor produtivo por agir como se o cenário político não estivesse trabalhando por turbulências. Lideranças do agronegócio consideram que o ministério está paralisado pela crise política, e cobram promessas como o aumento da classe média rural, o plano de defesa agropecuária e a criação de lei plurianual.

O plano de defesa, por exemplo, ainda se arrasta para sair do papel, embora Kátia Abreu garanta que o governo não vai deixar faltar dinheiro para manter a atual estrutura. Uma de suas bandeiras à frente da pasta é a de aumentar a classe média rural, facilitando o acesso dos produtores a novas tecnologias. Até agora, entretanto, nada avançou.

A ministra busca ainda lançar uma lei plurianual, a exemplo dos Estados Unidos e de países da Europa. O problema é que a base do projeto tem como prioridade o seguro rural, que na pratica, está com o acesso mais difícil e teve os recursos reduzidos. A primeira reunião da câmara temática que vai cuidar do assunto só vai ser realizada no fim de abril.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja de Goiás (Aprosoja-GO), Bartolomeu Braz, afirma que as entidades do setor sempre tiveram como objetivo construir uma política de planejamento a longo prazo, com base no seguro rural agrícola. “Infelizmente, isso está comprometido. Não sabemos quem será a pessoa que vai assumir no futuro”, diz.

Já o presidente da Aprosoja-Brasil, Marcos da Rosa, acredita que Kátia Abreu deveria dar espaço para outra pessoa até que a situação política se normalize.

“Vemos com tristeza a senadora permanecer num governo que não existe mais”, lamenta o presidente da Aprosoja-MS, Christiano Bortolotto. Ele lembra, porém, que a ministra tem uma trajetória de defesa do agronegócio brasileiro.