Preço do leite sobe 5% e anima produtores em Minas Gerais

Redução da oferta e tentativa de garantir matéria prima antes da entressafra favorecem as cotações; novas altas são esperadas

No Triângulo Mineiro, o preço do leite subiu 5% no início do ano, e o setor espera novas altas paras os próximos meses. Já o custo de produção, que ano passado trouxe prejuízo para a atividade, apresenta sinais de queda. O cenário tem animado produtores. 

Em janeiro, Divino Martins Pereira recebeu R$ 0,10 a mais pelo litro de leite em relação a dezembro de 2016. A notícia trouxe esperança para o pecuarista, que no fim do ano passado viu o preço do produto despencar.

Com a mudança de cenário, ele acredita que novas altas vão ocorrer ao longo do semestre. “Eu acredito queo preço deva ultrapassar R$ 1,50 até o meio do ano”, espera Pereira. 

Segundo dados da Cooperativa Agropecuária de Uberlândia (MG), o preço do leite subiu 5% na região neste início de ano e ficou na casa de R$ 1,30, valor 15% maior em relação a janeiro de 2016.

A redução da oferta do produto no mercado e a tentativa das indústrias de garantirem a matéria prima antes do período de entressafra têm favorecido as cotações. De acordo com a entidade, novas altas são esperadas para os próximos meses. 

“É projetado para essa época do ano , até meados de setembro, altas sucessivas no preço pago ao produtor. Nós esperamos do ponto de vista do produtor um ano mais favorável com custos de produção menores e com relação a indústria nós esperamos uma melhora no consumo que pode favorecer margens melhores para a indústria”, conta o presidente da Cooperativa Agropecuária de Uberlândia, Cenyldes Moura Vieira. 

Apesar da alta no preço do leite em janeiro, a notícia mais comemorada pelo setor é a expectativa de queda no custo de produção. Com a volta das chuvas a suplementação do rebanho diminui e o gado volta a ser manejado a pasto.

“Eu fico com o gado seis meses confinado e seis meses a pasto. esse ano as chuvas estão boas com um volume muito bom, talvez até dê para esticar um pouco o manejo do gado no pasto e com isso eu acredito que eu reduzo até 30% meu custo de produção”, relata o produtor Divino Martins Pereira. 

Outro ponto que pode favorecer o setor é a redução nas importações de produtos lácteos, que no ano passado foi determinante para queda nos preços do leite. Em 2016, o Brasil importou mais de 240 mil toneladas de produtos lácteos, volume 80% maior em relação a 2015. Este ano, o setor acredita em um cenário diferente. 

“Com a pouca disponibilidade do produto no mercado internacional os preços ficaram maiores e nós temos também a questão do câmbio que não está favorecendo tanto a intensificação dessas importações. Então esperamos que elas sejam um pouco menores esse ano”, completa Cenyldes Moura Vieira.