Reunião com caminhoneiros termina sem acordo

Foi decidida a criação de grupos para discutir reivindicaçõesO primeiro encontro entre representantes do governo federal e dos caminhoneiros, que paralisaram diversas estradas nas duas últimas semanas, terminou sem acordo a respeito das principais reivindicações da categoria.

A reunião desta terça, dia 10, em Brasília, contou com a participação do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rosseto, do ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, do ministro do Trabalho, Manoel Dias, do diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Jorge Bastos, de transportadores,  embarcadores e parlamentares ligados ao setor.

A única medida anunciada após o encontro foi a criação de três grupos de trabalho a serem formados por representantes do governo, dos caminhoneiros e outros setores envolvidos para tratar de três frentes de reivindicações: a tabela do preço mínimo do frete, a regulamentação da lei dos caminhoneiros, sancionada no último dia 2, e a decisão sobre outras questões regulatórias.

Os grupos terão 15 dias para preparar um relatório com as possíveis soluções para as reivindicações dos caminhoneiros, que deve ser apresentado no dia 26 de março. A redução do valor do óleo diesel, um dos principais pedidos, é considerada quase impossível pelo governo.

O deputado federal Valdir Colatto (PMDB-SC) disse que o atraso das decisões pode provocar novas greves.

– Eu temo que o movimento não vai aguentar até lá, porque já tem movimento em Santa Catarina para voltar a greve e não foi resolvido nada – afirmou.

O presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Dilmar Bueno, declarou que a reunião foi política, demonstrando desapontamento com o resultado.

– Nesse momento nós não vimos nenhum avanço ainda, concreto, por parte do governo. O governo está se posicionando numa condição que isso é lei do mercado, é da oferta e da procura. Nós não entendemos assim. O governo precisa botar a mão e regular esse setor – disse.

Uma notícia que pode acalmar os ânimos dos caminhoneiros é a entrada em vigor, no prazo máximo de dois anos, dos pontos de parada para o descanso dos motoristas nas estradas, um dos itens de destaque da lei dos caminhoneiros. Nas estradas privadas o prazo deve ser ainda menor.

– [os pontos de parada] Vão começar pelas rodovias que são concedidas. Essas rodovias vão ter já seus pontos de parada no prazo máximo de um ano esses pontos já vão estar todos eles estabelecidos e prontos – disse o diretor-geral da ANTT após a reunião.