Criador de suínos de Santa Catarina espera colheita da 2ª safra

Quilo do suíno vivo é comercializado por aproximadamente R$ 3,20, enquanto o custo de produção está acima de R$ 4,00

Fonte: Roberta Silveira/Canal Rural

Os criadores de suínos de Santa Catarina, um dos maiores polos produtores do país, continuam preocupados com o aumento do custo de produção, principalmente com a alta do milho. A expectativa é de que a situação dos suinocultores melhore dentro de 60 dias, quando entrará no mercado a produção da segunda safra de milho do ano, de acordo com a Secretaria estadual de Agricultura e da Pesca, em comunicado. 

Segundo o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, o quilo do suíno vivo é comercializado por aproximadamente R$ 3,20, enquanto o custo de produção está acima de R$ 4,00. O alto custo se deve ao valor do milho, principal componente da ração dos suínos, que falta em Santa Catarina e tem de ser trazido de outros estados. 

saca de 60 kg de milho, comprada por R$ 23 em Mato Grosso, chega a Santa Catarina por R$ 54, por causa do custo com transporte. “Em algumas regiões do estado, o prejuízo na produção de um animal pode alcançar R$ 100, tornando inviável a atividade, sobretudo para os criadores independentes, que não estão associados às agroindústrias”, disse Lorenzi.

Enquanto a safrinha de milho não chega ao ponto de colheita, a ACCS defende políticas estaduais para que os agricultores catarinenses prefiram comercializar o grão no mercado interno, em vez de exportá-lo. O governo federal, por sua vez, estuda a suspensão da cobrança do PIS/Cofins na importação do grão. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também tem realizado leilões de venda dos estoques públicos do cereal, periodicamente.

Durante uma audiência pública, na Assembleia Legislativa do Estado, em Florianópolis, o secretário da Agricultura, Moacir Sopelsa, apresentou as iniciativas do governo em apoio aos suinocultores. Até o fim deste mês, está valendo a redução da tarifa do ICMS (de 12% para 6%) nas operações de comercialização de animais vivos entre estados. 

Outra alternativa estudada é transportar o milho de outros estados utilizando ferrovias, o que poderia reduzir o preço do insumo em até 15%. “Estamos trabalhando a possibilidade de abrir o transporte ferroviário, mas tendo muito cuidado nesse aspecto para não criar expectativas que não possam ser cumpridas. Já houve a abertura do processo de concessão pública para o serviço, mas só teremos uma definição com a empresa responsável pela administração do ramal ferroviário no dia 18 de abril”, explicou o secretário Sopelsa.