Produtores de trigo gaúcho devem reduzir investimento na cultura

De acordo com a Emater, apesar de terem colhido uma excelente safra de verão e estarem capitalizados, a procura por insumos está fraca, porque os preços pouco atrativos do cereal diminuem o interesse

Fonte: Divulgação/Pixabay

O Rio Grande do Sul terá uma redução de 13,11% da área destinada ao plantio de trigo nesta safra de inverno. Isso significa que passará dos 882,57 mil hectares do ciclo passado para 766,9 mil hectares neste ano. Caso as condições meteorológicas sejam favoráveis, o resultado deverá ser de uma produção de 1,697 milhão de toneladas.

“Esta produção seria 21,9% maior do que a anterior, quando foi colhido apenas 1,392 milhão de toneladas, de péssima qualidade, justamente pelo clima desfavorável durante a fase reprodutiva e de formação de grão”, disse o diretor técnico da Emater/RS, Lino Moura.

Os números constam no primeiro levantamento da entidade sobre a safra de inverno no Rio Grande do Sul. Realizada durante a última semana de abril e a primeira de maio, a pesquisa abrangeu os 240 principais municípios produtores de trigo, que representam 83% da área a ser plantada. A percepção da Emater-RS é de que, apesar de terem colhido uma excelente safra de verão e estarem capitalizados, os agricultores não parecem animados e dão amostras de que deverão reduzir os investimentos no trigo. Nas últimas semanas, de acordo com a entidade, tem havido pouca movimentação na procura por insumos. “Vários fatores contribuem para este cenário, como preços pouco atrativos para o cereal e a elevação dos custos de produção”, comenta Moura.

O estudo da Emater-RS também apresenta estimativa para outras culturas de inverno. Na cevada, ao contrário do que ocorre no trigo, a área plantada deverá ter um acréscimo de 14,45% em relação ao ano anterior, passando de 35,46 mil hectares para 40,59 mil hectares. Com uma produtividade estimada inicialmente em 1,8 mil kg/ha, a produção chegaria a 73,1 mil toneladas, o que representa uma alta de 54,45% em relação a 2015. Neste caso, o levantamento levou em conta informações de 64 municípios, que representam 80% da área a ser plantada.

Já a canola terá um aumento de 4% na área plantada, passando de 37,27 mil hectares para 38,77 mil, conforme a projeção. A produção poderá chegar a 51,33 mil toneladas, contra 42,98 mil toneladas colhidas na safra passada, o que representa um aumento de 19,43%. Para a canola foram consultados 86 municípios, que representam 83% da área a ser plantada.