Cooperativa exporta sucos e fatura R$ 33 milhões

Nascido e criado na lavoura, citricultor há 25 anos, Darci José Barbui cuida hoje de doze mil pés de laranja espalhados por quase 30 hectares da propriedade, em Itápolis, que fica a 363 km de distância da capital de São Paulo. O município é a maior produtora da fruta no país.

Em 2008, ele financiou pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, o Pronaf Mais Alimentos, R$ 150 mil. Investiu em algumas melhorias e no pomar, com o plantio de novos pés. E já pensa em novas parcerias com o Banco do Brasil.

– Tocar uma propriedade, grande ou pequena, é igual uma indústria, uma firma. Você vai descapitalizando, ficando sem dinheiro para plantar. Então, a gente procura no banco uma solução e ele financia com juros que não são tão altos, um prazo para pagar e você consegue formar um pomar de lavoura e depois torcer para que dê certo, que você venda tudo para pagar o banco. E se não vender, você ainda pode fazer um custeio para pagar – explica Barbui.

Devido à dificuldade em vender sua produção, Barbui precisou procurar uma alternativa – e encontrou: se associou à Cooperativa dos Agropecuaristas Solidários de Itápolis, a Coagrosol. Ele e outros 48 produtores ganharam força e conquistaram a Europa. Atualmente, exportam três mil toneladas de suco por ano. O faturamento anual é de R$ 33 milhões.

– Quando a gente teve uma crise na citricultura muito grande, produzia laranja e não tinha comprador. A indústria esmagadora não se interessa pela nossa laranja. Inclusive perdi laranja durante dois anos. Dali, fui buscando solução para vender o produto e surgiu a oportunidade da cooperativa, onde que hoje eu sou cooperado. Estou contente, vendendo minha produção lá – diz Barbui. 

O presidente da cooperativa, Ulysses Murakami, visita periodicamente as instalações da unidade processadora. Um sonho coletivo construído com o dinheiro dos próprios cooperados, recursos a fundo perdido e financiamentos. Somando um total de R$ 1,5 milhão. Dessa quantia, R$ 680 mil reais operados pelo Banco do Brasil.

– Há quinze anos estamos buscando isso, demorou um pouco pra acontecer. Isso aqui veio realmente a satisfazer tanto a gestão da cooperativa quanto o benefício do produtor, a garantia do produtor. A grande pergunta do produtor rural é: eu vou produzir, mas quem vai vender pra mim? – conta Murakami.

Sucos de laranja, goiaba e manga são beneficiados na fábrica, antes de serem colocados nas embalagens para exportação. O presidente afirma que o foco está na qualidade do produto, visando às exigências técnicas do mercado consumidor – no caso deles, principalmente o europeu.

– O comprador sempre é exigente. Se fosse comprador agiria da mesma forma. A gente quer um produto de altíssima qualidade e preço bom. É a regra – afirma Murakami.