Porteiras abertas: pecuarista alcança o mercado norte-americano

O pecuarista Francisco Veloso tem a única manada de búfalos Munrrah no Rio Grande do Norte. São cerca de 1,3 mil cabeças. A raça, originária da Índia, é alimentada com um tipo de forrageira, a palma: um cacto ideal para o clima semi-árido. A plantação é recente e foi sugestão do consultor da Fazenda Tapuio, Roberto Suassuna, especialista em nutrição. 

– Ele recomendou a utilização por ser perene, de origem do deserto, muito resistente à seca e muito adaptada a nossa condição de clima e solo – explica Veloso.

Para custear o plantio da palma, seu Veloso contou com o apoio do Banco do Brasil. Financiou R$ 970 mil pelo Programa Agricultura de Baixo Carbono (Programa ABC), que incentiva ações ligadas à produtividade sustentável. Com esses recursos também duplicou a área de cana-de-açúcar, atingindo 40 hectares, e investiu em mais uma novidade: um híbrido de mandioca e maniçoba muito resistente à seca e nutritivo, chamado pornuça. 

Faz apenas um ano que o investimento começou, mas o pecuarista já observa os primeiros resultados. E mais, tudo é parte de uma estratégia, um planejamento bem maior: aumentar o rebanho e a produção.

– Nós pretendemos até 2021 dobrar o nosso rebanho e a produção de leite e queijos – afirma.

Atualmente, cada animal produz, em média, nove litros por dia. Na empresa de lacticínios montada dentro da fazenda, todo o leite é transformado em queijo. São sete tipos, entre eles mussarela, coalho e bola. A qualidade dos produtos da DiBufalo, que já são vendidos em todas as capitais do nordeste e em Brasília, despertou o interesse internacional.

– Vamos receber a visita de um importador de New Jersey (EUA), nos próximos dias 23 e 24, e estamos muito confiantes de que poderemos entrar no mercado americano ainda esse ano – diz.

E os búfalos não estão sozinhos nos quase 500 hectares da fazenda, localizada em Taipu, região litorânea do estado. Em outra área fica a produção de ovos caipiras. Para criar as mais de 12 mil galinhas, Veloso precisa obedecer a uma legislação específica. O manejo segue as regras do Ministério da Agricultura e resgata, com adaptações, a forma original como as galinhas eram criadas pela família. Todo o cuidado compensa: por dia, a produção passa dos nove mil ovos. 

Manter o ritmo de produção é um desafio, porém, o pecuarista conta com as linhas de custeio do BB. O contrato dele, inclusive, é na modalidade de renovação automática. Ou seja, sempre que um financiamento é quitado, Veloso pode obter mais recursos. Cerca de R$ 1 milhão é utilizado, todos os anos, para pagar as despesas da produção.