Os preços das carnes, principalmente de aves e suínos, devem aumentar ao consumidor final. A projeção foi feita nesta quinta-feira, 30, pelo presidente da Frigol, Luciano Pascon, que diz que a alta no preço do milho refletiu em aumento de custo de produção das proteínas. O cereal é um dos principais insumos usados na ração animal.
“É uma questão de equilíbrio, há necessidade de aumentar (o preço das carnes) para equilibrar a relação de troca entre a proteína (e o milho)”, afirma.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço médio do milho em Campinas (SP) já subiu 6,1% no acumulado de janeiro. No primeiro dia útil do ano, a cotação saiu de R$ 47,87 e fechou a quarta-feira, 29, a R$ 50,76. No dia 15 de janeiro, o cereal atingiu o maior valor do índice da entidade , atingindo R$ 51,31 por saca.
Para a carne bovina, Pascon afirma que a disparada do milho também traz reflexos ao custo do boi gordo. No entanto, os impactos seriam menores no curto prazo já que o uso do grão é mais intensivo no segundo semestre, nos confinamentos. “No dia-a-dia, (a alimentação) é mais baseada em pasto e adição de minerais, não é algo que agora interfere”, explica.
No entanto, ele projeta uma retomada no preço da arroba do boi gordo em meados de fevereiro. Isso porque o mercado da bovinocultura necessita que os preços sejam reajustados para as margens se acomodarem conforme a cadeia necessita. “Apesar de a demanda no mercado interno ainda precisar ganhar mais força, há expectativa de que as exportações voltem ao normal. Lá para o fim de fevereiro já vamos ver uma balanceada (nos preços)”, comenta.