O dólar comercial fechou em queda de 0,65% no mercado à vista, cotado a R$ 5,3100 para venda, em sessão de otimismo externo em meio à posse do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com investidores na expectativa por novos estímulos fiscais à economia norte-americana. Com isso, a moeda interrompeu uma sequência de três altas seguidas, com o mercado doméstico à espera do comunicado do Banco Central (BC) com a decisão de política monetária do Comitê de Política Monetária (Copom).
O analista de câmbio da Correparti, Ricardo Gomes Filho, reforça o otimismo dos investidores em relação ao novo presidente norte-americano que deu um “tom notadamente positivo” aos negócios ao longo da sessão.
“As expectativas de implementação de mais estímulos fiscais para fazer frente aos estragos provocados pela crise provocada pelo novo coronavírus, sem falar na postura mais amistosa e conciliadora do democrata que deve reverter medidas do antecessor nas áreas de imigração, clima e saúde, o que deixou o investidor ávido por risco”, avalia.
Aqui, ele destaca que a possibilidade do agravamento dos problemas fiscais e de interrupção no processo de vacinação contra a Covid-19 não foram “suficientes” para gerar uma busca por risco.
“A calmaria decorrente da posse de Biden, sem atropelos e com sinalização favorável aos mercados, inclusive com a queda do dólar lá fora, não impediu a piora do humor por aqui. O dólar cedeu um pouco, com pressão externa que atingiu todos os mercados emergentes”, acrescenta a equipe econômica do banco Fator.
Nesta quinta, com a agenda de indicadores mais esvaziada, a analista da Toro Investimentos, Stefany Oliveira, destaca que o mercado deverá reagir ao comunicado do Copom, se o foward guidance (orientação futura) será retirado ou não neste encontro.
“O BC deve dar indícios de que a taxa de juros deve subir em algum momento em 2021, mesmo que ele retire ou não o foward guidance. O mercado está esperando muito que o BC tire esse cenário de estímulos e já sinalize se a taxa vai subir”, diz.
Por Agência Safras