O volume de fretes rodoviários na região Sudeste do Brasil aumentou 27,8% no ano passado, quando comparado a 2020. O forte movimento de digitalização dos fretes impulsionou o crescimento, sendo que as micro e pequenas transportadoras foram as mais beneficiadas por esse processo de transformação digital. As informações constam na 6ª edição do “Relatório FreteBras – O Transporte Rodoviário de Cargas”, com base na análise de 8 milhões de fretes publicados em 2021.
Minas Gerais registrou a maior alta do volume de fretes no período, 43,6%. Espírito Santo veio logo em seguida, com 27,3%. São Paulo ficou na terceira posição, com 20,9%. Já o Rio de Janeiro registrou crescimento de 11,7%.
Em todo o Brasil, o aumento no volume de fretes em 2021 foi de 37,6%. A região Sudeste e a Sul (que teve alta de 38,7%) puxaram esse crescimento durante o ano todo. Isso ocorreu devido ao grande número de fretes cadastrados nestas regiões, o que demonstra a alta representatividade de ambas no total de carregamentos registrados na plataforma. São Paulo (23,6%) e Minas Gerais (15,1%) são os estados que mais se destacaram no volume de fretes.
Digitalização puxou o crescimento
A pandemia acelerou a digitalização de vários setores e impactou, principalmente, as micro e pequenas empresas que tiveram dificuldades para suportar as mudanças impostas pela nova normalidade. No segmento de Transportes e Logística, entretanto, a situação foi diferente. Essa transformação impactou positivamente no aumento do volume de fretes em 2021.
Na plataforma da FreteBras, houve um crescimento de 62% de novos cadastros de micro e pequenas transportadoras em todo o Brasil, na comparação com 2020, que por não terem o empecilho de uma frota própria, conseguiram se adaptar rapidamente ao digitalizar os fretes. No Sudeste, o Rio de Janeiro foi o estado que mais cresceu no número de novos cadastros de micro e pequenas. O aumento foi de 89%.
“O ano passado marcou uma intensa transformação que foi iniciada em 2020. Isso afetou diversos negócios, que se viram obrigados a buscar soluções digitais, como a nossa plataforma, para expandir os seus mercados e localidades, além de economizar tempo e gastos. As micro e pequenas transportadoras tiveram maior facilidade de se adaptar a esse novo cenário, em função de seu tamanho e menor investimento em ativos imobilizados, como frotas próprias. Todo esse movimento refletiu diretamente em nosso relatório, já que o crescimento de novos cadastros dessas empresas foi bastante expressivo, ajudando a movimentar ainda mais o mercado de fretes”, acredita Hacad.
Mesmo com desafios, mercado de fretes cresceu no Brasil
Segundo o relatório, o ano de 2021 foi marcado por diversos desafios, pautados principalmente pelo cenário político-econômico interno e agravados pelas incertezas da pandemia. A inflação superou os dois dígitos, chegando a 10,06%, o que provocou uma resposta direta do Banco Central. A taxa Selic aumentou sete vezes, passando de 2% para 9,25%, em apenas um ano.
“Um dos maiores vilões do transporte rodoviário de cargas é o preço do combustível, que tem puxado grande parte dessa alta da inflação. O aumento no diesel superou os 48% no ano passado, enquanto o preço do frete aumentou só 2%. Entretanto, percebemos que o mercado de fretes rodoviários não parou, com demandas cada vez maiores. Para dar uma ideia, registramos crescimento de mais de 37% em nossa plataforma no período”, destaca o diretor de Operações da FreteBras, Bruno Hacad.
Metodologia
Os dados que compõem a 6ª edição do “Relatório FreteBras -O Transporte Rodoviário de Cargas l” têm base no fluxo de dados da FreteBras. Com mais de 640 mil caminhoneiros cadastrados e 17 mil empresas assinantes, os fretes publicados na plataforma cobrem 95% do território nacional.