A consultoria StoneX aumentou sua estimativa para a produção de soja 2022/23 no Brasil. De acordo com o relatório divulgado na quinta-feira (1º), a empresa espera um pequeno aumento, indo para 155 milhões de toneladas, em decorrência da revisão da área plantada — com o total nacional passando de 43 para 43,4 milhões de hectares (vindo de estados do Norte e Nordeste, de São Paulo e Goiás). No caso goiano, houve um pequeno corte da produtividade esperada, uma vez que o estado tem enfrentado chuvas abaixo do normal, com destaque para regiões mais ao norte.
+ Preços agropecuários desaceleraram, aponta Ipea
“As perspectivas para a safra brasileira de soja estão bastante positivas, mesmo com os volumes de chuva estando abaixo do normal em muitas áreas. O clima nas próximas semanas e meses ainda vai ser muito importante para se definir o real tamanho da colheita”, pondera Ana Luiza Lodi, especialista de inteligência de mercado da StoneX.
Segundo análise, uma safra cheia, acima de 150 milhões de toneladas, deve garantir um balanço de oferta e demanda mais confortável em 2023, com espaço para aumento das exportações e do esmagamento. Por outro lado, o ciclo 2021/22 tende a se encerrar com estoques bastante limitados, uma vez que houve ajustes no consumo interno e para exportações, que têm se mantido bastante aquecidos ao longo deste ano.
StoneX: novas projeções para a soja e para o milho
Estados das regiões Norte e Nordeste devem apresentar aumento de área plantada do milho “safrinha”, incentivados pela redução no preço dos insumos. Em novo cálculo realizado pela StoneX, a área nacional da safra de inverno do cereal foi elevada para 17,94 milhões de hectares. Cabe destacar neste aumento os estados Matopi (Maranhão, Tocantins e Piauí), além de Mato Grosso e Pará. O grupo promoveu um ajuste marginal em seu número de produção, agora estimado em 99,6 milhões de toneladas, um aumento de 0,4% em relação ao trazido no relatório anterior.
Para a 1ª safra de milho 2022/23, a StoneX não promoveu alterações em seus números. Sendo assim, a produção da safra de verão continua estimada em 28,6 milhões de toneladas, volume 8,1% maior que o registrado no ciclo 2021/22.
“Importante pontuar que o desempenho da primeira safra [de milho] ainda dependerá de uma boa condição climática nos próximos meses” — João Pedro Lopes
O plantio no país já foi praticamente finalizado nos estados das regiões Sul e Sudeste. “De um modo geral, a semeadura apresentou um ritmo em linha com a média, o que favorece as perspectivas para a produtividade. Por outro lado, é importante pontuar que o desempenho da primeira safra ainda dependerá de uma boa condição climática nos próximos meses e, portanto, novas revisões não estão descartadas”, avalia o analista de inteligência de mercado da consultoria, João Pedro Lopes.
Considerando os ajustes realizados, a produção total, incluindo a 3ª safra, avançou para 130,3 milhões de toneladas. Em relação ao balanço de oferta e demanda, vale destacar o aumento nas exportações em 2021/22, de 42 para 45 milhões de toneladas, e no consumo doméstico, de 76 para 76,5 milhões de toneladas.
Ainda pelo lado da demanda, em novembro foi anunciado o embarque de alguns navios de milho do Brasil para a China. “Após os problemas envolvendo a oferta do cereal ucraniano, a China tem procurado ampliar seus fornecedores, buscando garantir uma maior segurança na disponibilidade do cereal e reduzir a sua dependência do grão dos EUA”, explica o analista Lopes.
“Será importante acompanhar como que ocorrerá a evolução do comércio entre os dois países, visto que poderá impactar o balanço brasileiro”, conclui.
_____________
Saiba em primeira mão informações sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo. Clique aqui e siga o Canal Rural no Google News.