Na sexta, dia 25, a petroleira anunciou resultado líquido de R$ 35,189 bilhões em 2010. Já o valor de todas as usinas de açúcar e etanol do Brasil equivale a cerca de US$ 70 bilhões.
? O esforço marginal é muito baixo para que uma empresa de petróleo compre ativos do setor ? diz o Plínio Nastari, presidente da Datagro.
Ele explicou que o valor dos ativos não leva em conta a geração de valor que o setor trouxe ao Brasil. O presidente da Datagro lembra que a Petrobras já é um dos maiores integrantes do setor sucroalcooleiro do país, com participações em grandes grupos como o Tereos e o São Martinho. Assim como a Petrobras, a holandesa Shell mostrou o poder das petroleiras ante o etanol, com a Joint Venture Raízen formada com o grupo Cosan, o maior do setor.
Já o sócio da consultoria Canaplan, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, avalia.
? Os números comprovam a tese que a soma de tudo que é biomassa é apenas uma gota no oceano perto o petróleo.
Para ele, apesar de investimentos já feitos no setor de etanol no Brasil, a ação das petroleiras ainda é incipiente e que o poder econômico delas é avassalador. Ainda de acordo com Carvalho, a principal justificativa para que o setor petroleiro invista em outro tão pequeno é o discurso ambiental, já que o etanol da cana-de-açúcar é um combustível renovável e comprovadamente redutor de emissões de gases, ao contrário dos derivados de petróleo.
? Além do discurso da energia limpa, do ponto de vista econômico, os investimentos no setor sucroalcooleiro e nas novas gerações de etanol, por exemplo, já geram lucro e também justificam as ações das petroleiras ? concluiu Carvalho.