Até o dia 10 de março, produtores do interior do Estado devem concluir o preparo da terra para então começar o plantio das mudas de morango. Em uma área de dois hectares e meio no município de Atibaia, a 70 quilômetros da capital, o produtor Elizeu Ribeiro deve plantar 150 mil mudas, a maior parte produzido no sistema convencional.
— O trabalho é mais capinar, é fazer limpeza das folhas, e, quando dá um período chuvoso, ter que fazer uma pulverização mais preventiva também, porque o risco é maior de incidência de fungos — afirma Ribeiro.
Além das mudas produzidas no sistema convencional, as mudas do sistema protegido ganharam força entre os produtores. Comum em outras culturas, a produção de mudas nesse sistema rende menos, mas o produtor ganha na mão de obra e na aplicação de defensivos. No convencional, a pulverização é feita toda semana. No sistema protegido, basta uma vez por mês, o que propicia uma redução de custo.
A economia foi um dos motivos para o agricultor Mario Inui mudar de sistema. Produtor de morango há 40 anos, mudou o sistema há três, Segundo ele, o gasto com defensivos no sistema protegido representa um terço do que gastava na lavoura a céu aberto. Inui afirma também que as mudas são melhores.
O investimento para quem quer trabalhar com o sistema protegido ainda é a maior barreira para que mais produtores mudem. Para construir uma estufa de madeira, o produtor gasta no mínimo R$ 15 mil. Se a estrutura for metálica, o investimento salta para quase R$ 50 mil. Um dos incentivos da Associação de Produtores da região de Atibaia é a distribuição gratuita de mudas para quem quer começar.
— Para cada produtor, para ele se tornar independente, ele vai ter que procurar um meio. A gente apoiar em um financiamento para que ele consiga fazer para ele este sistema. Eu acho que, principalmente pro pequeno produtor, é viável — afirma Osvaldo Maziero, presidente da Associação de Produtores da região de Atibaia, Osvaldo Maziero.