Agricultura

Aconteceu em 2020: produtor perde colheitadeira de R$ 1,5 mi em estrada precária

Ponte não aguentou o peso no maquinário e se quebrou, e a máquina tombou; caso aconteceu na época da colheita, no oeste de Mato Grosso

A infraestrutura precária na região de Comodoro, no oeste de Mato Grosso, causou um grande prejuízo ao agricultor Elton Zanella. Quando transportava o maquinário para colher cerca de 1.000 hectares cultivados com soja, em fevereiro deste ano, uma ponte da Estrada da Baiana não aguentou o peso e a colheitadeira tombou.

colheitadeira tombada
Foto: Elton Zanella/arquivo pessoal

Como mostrou o blog do Canal Rural Mato Grosso em reportagem este ano, a Estrada da Baiana tem 52 quilômetros de chão que ligam as fazendas do Vale do Guaporé à BR-174. É o principal caminho para escoar os grãos produzidos em uma área de 25 mil hectares de plantações, e também para transportar o rebanho de dezenas de propriedades que somam cerca de 100 mil hectares de pasto.

Apesar da relevância, a estrada estava abandonada pelo poder público. Os próprios produtores rurais tinham investido do próprio bolso para tentar torná-la transitável durante a colheita. Nos últimos três anos, o grupo estimava ter gasto pelo menos R$ 500 mil.

O acidente com a colheitadeira

A madeira da ponte cedeu e a máquina, avaliada em R$ 1,5 milhão, despencou ao chão: cabine para baixo, rodas para cima. Foi preciso um trator e uma escavadeira hidráulica para erguer o equipamento, bastante danificado.

Segundo o agricultor, seriam necessários R$ 500 mil para consertar o maquinário – isso se tivesse conserto. Além disso, ele teria que terceirizar a colheita de parte da lavoura, a um custo estimado de mais R$ 300 mil.

O que alegou a prefeitura?

Por telefone o então prefeito de Comodoro, Jeferson Ferreira Gomes (DEM), confirmou a ação-conjunta com os produtores para minimizar os problemas na “Estrada da Baiana”. Segundo ele, o município disponibilizou máquinas e funcionários para realizar as ações, além de parte do combustível utilizado.

O gestor também destacou que “o trecho é considerado uma prioridade para o município” e que não concorda com quem diz que ele tenha sido “abandonado” pelo poder público. “Nos últimos três anos nós já empenhamos cerca de R$ 1 milhão na manutenção da Estrada da Baiana”, disse, à época.