Agosto: preço da soja piora bastante em Chicago, mas nem tanto no Brasil

A perspectiva de safra recorde nos Estados Unidos derrubou as cotações da oleaginosa no mercado internacional, mas a baixa oferta do grão no Brasil ajudou a segurar o preço por aqui

Daniel Popov, de São Paulo
Os preços da soja na Bolsa de Chicago despencaram 6% no mês de agosto se comparado ao mês de julho, reflexo da confirmação de uma safra recorde nos Estados Unidos. No entanto, a influencia no mercado interno brasileiro não foi tão forte e os valores por aqui caíram uma média de 3% ante o mês anterior.

O mercado futuro de Chicago teve um mês negativo pela primeira vez desde março. Os contratos com vencimento em novembro acumularam desvalorização de 6,15%, encerrando a US$ 9,45  por bushel, o que representaria no Brasil algo em torno de R$ 65,6.

Abertura Nacional do Plantio da Soja 2017/2018

A melhora no clima e a perspectiva de uma safra recorde nos Estados Unidos manteve o mercado sob esta pressão. O impacto no mercado interno só não foi maior pela valorização do dólar e pela pouca disposição do produtor em ceder ainda mais nas bases de preço.

No mercado interno brasileiro, mais especificamente no porto de Santos (SP), a saca de 60 quilos fechou julho a uma média de R$ 71,50, queda de 3% ante a média de R$ 69,8 por saca. Segundo o analista de mercado da Safras & Mercado, Evandro Mesquita o mercado brasileiro de soja manteve o ritmo lento nos negócios em agosto, mantendo o atraso na comercialização. “Os preços pouco oscilaram. Os contratos futuros em Chicago caíram forte, prejudicando a movimentação. A alta do dólar não foi suficiente para melhorar o cenário no mercado interno”, explica ele.

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