Agricultores de Goiás também querem prorrogar a semeadura

Além de Mato Grosso, as entidades de produtores de Goiás pedem ao governo estadual a prorrogação do período de semeadura da soja, que termina em 31 de dezembro

A irregularidade de chuvas durante o plantio e o desenvolvimento das lavouras levou a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), em conjunto com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) a solicitar à Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) a prorrogação da data que os agricultores finalizem a semeadura, inicialmente prevista para 31 de dezembro. Em Mato Grosso, os sojicultores já fizeram o mesmo pedido.

– Há locais com necessidade de replantio, baixo estande (população) de plantas e estresse hídrico. Haverá perdas, mas ainda não são generalizadas – explica o consultor técnico da Aprosoja-GO, Cristiano Palavro.

• Perdas na safra de soja do Distrito Federal só crescem

Nesta terça, dia 22, está prevista uma reunião com produtores, sindicatos, associações, bancos, revendas, prefeituras e demais entidades ligadas ao agronegócio para traçar um plano de mitigação dos prejuízos financeiros com a safra. O encontro ocorre no Sindicato Rural de Porangatu.

Quebra irreversível

A irregularidade de chuvas durante o plantio e o desenvolvimento das lavouras levou a Aprosoja-GO e a Faeg a revisar para baixo as estimativas da safra 2015/2016 de soja no estado. Para as entidades, a área projetada em 3,35 milhões de hectares (incremento de 0,74% em relação à temporada anterior) deve produzir 9,8 milhões de toneladas, abaixo das 10,4 milhões de toneladas previstas no início de outubro, quando o plantio foi autorizado.

– Em grande parte do sudoeste [principal região produtora], por exemplo, as lavouras estão em bom estado. No geral, a situação de Goiás ainda é melhor que a do ano passado – lembra Palavro.

Na safra 2014/2015, o Estado colheu 8,6 milhões de toneladas, afetado por um longo período de estiagem no mês de janeiro.

No momento, a situação das lavouras na porção norte-nordeste de Goiás é crítica. O plantio na região está atrasado devido à falta de chuvas – em novembro, as precipitações ficaram abaixo da média, e em dezembro, há locais sem chuvas. Os produtores que conseguiram realizar o plantio já projetam perdas de 20% a 30%.

Apesar de responder por menos de 10% da produção estadual de soja, com municípios como Niquelândia, Uruaçu, Porangatu e Campinorte, essa região foi destaque em produtividade nas duas últimas safras, por ter sido a menos afetada pelas condições climáticas adversas. Na temporada 2014/2015, a média obtida no Norte foi 48,13 sacas por hectare ante 41,46 sacas por hectare colhidas no Sudoeste de Goiás.

Veja a entrevista do presidente da Aprosoja-GO, Bartolomeu Braz:

Com informações da Aprosoja-GO.

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