Agricultura brasileira terá ano promissor em 2021, prevê SNA Paste this at the end of the tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Diversos

Agricultura brasileira terá ano promissor em 2021, prevê SNA

Para o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura, o consumo de alimentos no mundo será maior e deve beneficiar o setor produtivo

Plano Safra
Foto: Pedro Revillion/Palácio Piratini

O ano de 2021 será promissor para a agricultura brasileira. Teremos preço, volume de produção e investimentos para a construção da imagem do setor”. A estimativa é do diretor técnico da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) e especialista em planejamento estratégico do agro, Marcos Fava Neves.

Segundo ele, apesar das expectativas, o agronegócio precisa estar atento a alguns fatores e tendências que poderão compor um novo cenário para o próximo ano, considerando ainda questões básicas como o clima e seu impacto nas lavouras.

Durante debate virtual com o ex-ministro Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro), Fava estimou um forte retorno dos biocombustíveis, com demanda acelerada em países como Estados Unidos e China; considerou possíveis mudanças no comportamento do país asiático frente à recuperação de seu plantel de suínos, à demanda de grãos do Brasil (que, segundo ele, deverá crescer) e a um ambiente menos conflituoso com os Estados Unidos, e destacou que o consumo estará muito favorável para o setor.

“O consumo internacional foi algo notável em 2020. O Brasil conseguiu aumentar as exportações em meio à pandemia, mais que no ano passado. Impressionante a rapidez com que o setor se organizou com o apoio do governo”, salienta Rodrigues.

No entanto, com o consumo forte, a oferta de alguns produtos no mercado interno, como no caso do arroz, não acompanhou a mesma velocidade da demanda, causando desequilíbrio nos preços. “Acredito que um choque de oferta virá a partir de janeiro e fevereiro, para normalizar esse quadro de alta”, declara o diretor da SNA, acrescentando que o excesso de consumo gerou inflação nos meses de novembro e dezembro.

Expectativas

Com relação a custos, o especialista observou que no setor produtivo haverá altas em razão dos insumos, mas por outro lado estimou uma otimização de despesas frente à digitalização do setor.

Ainda de acordo com o diretor da SNA, é importante acompanhar o quadro atual da pandemia. “Teremos uma segunda onda? Creio que não. A confiança deverá voltar com a vacinação”, disse.

Por sua vez, o ex-ministro da Agricultura traçou um cenário de safras menores de café, citros e cana para 2021, e afirmou que o País precisa crescer na produção e exportação de outros produtos como leite, carne suína e pescados. Rodrigues também observou que atualmente “o produtor rural brasileiro está capitalizado e melhor preparado”.

Balanço

Ao fazer um balanço de 2020, o ex-ministro destacou que “foi um ano fora da curva”, impulsionado por um conjunto de fatores.  “Câmbio e demanda favoráveis, safra recorde de grãos, boas safras de café e laranja, carnes a preços espetaculares, crescimento da demanda interna por causa do apoio do governo e boas condições climáticas foram fatores positivos”.

Segundo Fava, neste ano, o agronegócio conseguiu contornar a crise provocada pelo novo Coronavírus e não parou de produzir, apesar das perdas verificadas em alguns segmentos como restaurantes, prestadores de serviços, eventos e cadeias de produtos mais perecíveis.

“Soja, milho e algodão foram os produtos mais favorecidos, que tiveram altas nas exportações puxadas pela valorização cambial.  Produtores de carnes também se beneficiaram desse cenário, embora tenham sentido o impacto inflacionário da ração, em virtude do preço dos grãos e de outros insumos”, observou o especialista, que também reconheceu o bom desempenho das safras de café e laranja.

Fava lembrou ainda que as cadeias de leite e de flores foram algumas das mais prejudicadas. “Por não terem acesso ao mercado internacional, sofreram com as interrupções no País, o que ocasionou a perda de produtos, principalmente no início da pandemia”.

Sair da versão mobile