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Agricultura: Inadimplência em custeio fica abaixo de 2%, diz Emater-MG  

Apesar do aumento nas taxas de juros, que no Plano Safra 2021/2022 ficarão entre 3% e 4,5% para o Pronaf, não deve haver impacto significativo no custo dos produtores

No primeiro semestre de 2021, a inadimplência no crédito rural ficou abaixo de 2%, nas operações de custeio contratadas por meio da Emater de Minas Gerais, pelo sistema de Correspondente Agropecuário do Banco do Brasil (Coban).  A informação é do Coordenador Estadual da Emater-MG, José Henrique Barbosa. “Isso evidencia a importância de uma assistência técnica de qualidade, para que o produtor possa aplicar corretamente os insumos e ter sucesso na atividade dele”, avalia.

Pelo sistema de parceria com o Banco do Brasil, os produtores rurais podem solicitar o crédito rural diretamente nos escritórios da Emater-MG, que tem unidades em mais de 90% do estado. Os técnicos da empresa, além de indicarem a linha de crédito adequada para cada caso, ainda elaboram os projetos necessários para a liberação do financiamento, e orientam sobre toda a documentação exigida. Assim, os produtores só precisam ir à agência bancária para assinar o contrato.

Para o coordenador de crédito rural da Emater-MG, o Plano Safra 2021/2022, que ampliou em 19% os recursos para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), atende o aumento da demanda por crédito neste segmento. Neste próximo ano-safra, serão destinados R$ 39,34 bilhões para o financiamento pelo Pronaf. “O governo federal, vendo que a procura por crédito cresceu muito, e os recursos não estavam sendo suficientes, principalmente no Pronaf, fez esse aporte maior. Assim, os produtores podem ter mais tranquilidade e planejar melhor suas atividades”, afirma José Henrique Barbosa. 

De acordo com o coordenador de Crédito Rural da Emater-MG, tradicionalmente, o Pronaf tem muita demanda por recursos para investimento, pois muitas vezes, os agricultores familiares ainda estão estruturando suas propriedades, fazendo melhorias no processo produtivo. E o bom momento do agronegócio, com remuneração atraente, tem estimulado mais investimentos. 

Apesar do aumento nas taxas de juros, que no Plano Safra 2021/2022 ficarão entre 3% e 4,5% para o Pronaf, não deve haver impacto significativo no custo dos produtores, pois as taxas ainda estão bem abaixo das praticadas para outras formas de crédito.

E a ampliação do valor da renda bruta para enquadramento no Pronaf, de R$ 415 mil para R$ 500 mil, deve aumentar o público atendido pelas linhas de crédito do programa.  “Isso permite que os produtores que estão nesta faixa agora tenham direito a contratar financiamento pelo Pronaf, com juros subsidiados. Mas, desde que se enquadrem nas demais exigências, que envolvem ocupação da mão de obra, o número de empregados, em relação ao de membros da família, e a área da propriedade, entre outras”, avalia o coordenador da Emater-MG.

 José Henrique Barbosa ressalta que os técnicos da empresa em todo o estado estão capacitados a fazer essa avaliação para os produtores, pois são constantemente instruídos sobre as normas de enquadramento ao Pronaf e as condições do programa.

O Plano Safra 2021/2022, anunciado pelo Ministério da Agricultura na última semana estimula a sustentabilidade ambiental, pois abre a possibilidade de crédito para sistemas agroflorestais, construção de unidade de produção de bioinsumos e biofertilizantes. Outra novidade é o financiamento de atividades de turismo nas propriedades de agricultura familiar,  além da construção de armazéns nas propriedades.