COP26

'Agronegócio brasileiro é imbatível', diz presidente da Abag na COP26

No Canal Rural Entrevista, Marcello Brito afirma que o único entrave para consagração do agro nacional é a fama de Amazônia 'desmatada'

O presidente do conselho-diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Marcello Brito, foi o convidado desta edição do Canal Rural Entrevista, programa que agora está em novo horário na grade de programação. A atração pode ser acompanhada todas as terças-feiras, a partir das 18h30.

Direto de Glasgow, onde aconteceu a COP26, Britto conversou com o diretor de conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira, sobre o futuro do agronegócio brasileiro, a imagem do país no exterior, desmatamento, sustentabilidade, mercado internacional, governança, além da participação da Abag e do Brasil no evento.

Presidente do conselho-diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Marcello Brito. Foto: Sara Kirchhof/Canal Rural

O presidente da Abag falou que sem o ‘carimbo’ da Amazônia desmatada, o agronegócio brasileiro é imbatível, em qualquer aspecto, em qualquer lugar do mundo.

“Estudos mostram que em 99% das propriedades rurais não existe desmatamento. E que o 1% restante responde por 70%. Nós temos tecnologia para acompanhar, nós sabemos onde acontece. Ou seja, não é uma questão de vontade política, mas de decisão política, encerrar a questão”, afirmou. 

Marcello Brito disse que discorda que o agronegócio brasileiro tenha uma imagem deturpada no exterior. “Nós exportamos para mais de 190 países do mundo. Como temos tantos mercados com uma imagem deturpada? Não é isso. Neste momento, nós temos alguns problemas que não adianta esconder debaixo do pano, como o aumento do desmatamento, das queimadas, o garimpo ilegal. O que gera impactos nos consumidores. Está na hora do empresariado reagir, até por uma questão de estratégia de país. Qual é o projeto que nós queremos para nós?”, questionou. 

Segundo o presidente da Abag, as propriedades rurais brasileiras respondem pela proteção de cerca de mais de 1 milhão de nascentes de água. “Nós sabemos que a proteção das florestas tem relação direta com ciclo de chuva, que abastece o nosso agronegócio. Se a gente olhar pelo lado da ciência, nós fazemos o caminho certo. Se olharmos pela ideologia, vamos errar e perder mecardo”. 

Brito conta que nos anos de 1980, pré-Rio 92, o país estava no seu pior momento de imagem internacional. “Desmatamento correndo frouxo, não tinha um regramento ambiental decente. Eis que veio a Rio 92, a fundação do Ibama, uma série de ações governamentais que foram tomadas. Hoje estamos aqui novamente tentando recuperar a imagem do Brasil, 30 anos depois e pelos mesmos motivos. Mas o Brasil melhorou muito. É bom a gente lembrar que 50% da Amazônia hoje é protegida através de parques reservas e terras indígenas, coisa que não existia antes da Rio 92”, disse. 

Promessas e vanguarda

Na visão de Marcello Brito, o Brasil e outros países do mundo precisam cumprir as promessas para alcançar as metas de redução de emissões. “Nós torcemos muito para que a credibilidade do Brasil seja recomposta nesta COP. O Brasil e os outros países envolvidos precisam cumprir as promessas que fizeram, caso contrário, vamos perder credibilidade”. 

O presidente do Abag disse que o país já tem tecnologia para reduzir emissões. “Tecnologia, manejo, nossa pecuária emite cada vez menos. Eu tive o prazer de comer na Holanda e na Alemanha carne carbono neutro produzida no Brasil. Isso mostra que o país produz não apenas para o consumidor interno, mas já exporta carne carbono neutro”.

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