RETROSPECTIVA

Algodão: produção atinge recorde em 2023, mas demanda não reage

Oferta acima da demanda resultou em elevação dos estoques e em queda nos preços externos

Dia Mundial do Algodão. Cultivada em mais de 70 países distribuídos por todos os continentes
Foto: Jefferson Aleffe/ Marca Comunicação

A produção brasileira de algodão em pluma foi recorde na temporada 2022/23, resultado dos crescimentos da área e da produtividade. Em termos mundiais, a disponibilidade de pluma também avançou.

Pesquisadores do Cepea indicam que a demanda, contudo, não acompanhou o aumento na oferta da pluma – condições econômicas adversas nos cenários mundial e brasileiro geraram receio entre agentes e limitaram as vendas de manufaturados. E a oferta acima da demanda resultou em elevação dos estoques e em queda nos preços externos e internos do algodão.

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No Brasil, levantamento do Cepea mostra que, de janeiro a maio, mesmo em entressafra, as cotações cederam expressivamente, pressionadas por expectativas de boa safra e pela demanda sem reação.

Com maior excedente, as expectativas recaíram sobre as exportações, que teriam que registrar bom desempenho na safra 2022/23, mas as vendas antecipadas estavam, naqueles primeiros meses de 2023, relativamente lentas, devidos aos preços considerados pouco atrativos por vendedores.

Entre maio e junho, as médias mensais até se sustentaram, mas, em julho, a pluma foi negociada no menor patamar do ano. Nos meses seguintes, as médias mensais oscilaram dentro de um intervalo mais estreito, tendo como suporte as exportações, que ajudaram a reduzir os excedentes internos.

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