Especialização ajuda no desenvolvimento do agronegócio

Projeto do Sebrae busca fortalecer as bases das cadeias produtivas e ampliar a competitividade dos pequenos produtoresUma das saídas para acompanhar os avanços do agronegócio no Brasil é especializar-se no setor. Depois de fazer quatro cursos no Sebrae, o agricultor paulista e proprietário de uma distribuidora de hortaliças Ivair Monteiro da Silva dobrou a renda do empreendimento, contratou mais funcionários e agora tem uma farta cartela de clientes.

Monteiro fez o caminho inverso para a maioria dos empreendedores rurais. Nasceu no campo, mas na juventude foi buscar a renda na área urbana. Trabalhou como técnico metalúrgico numa multinacional e, depois de um tempo, a paixão pela terra falou mais alto, quando virou feirante e, em seguida, começou a produzir hortaliças. 

Em uma das propriedades do produtor rural, em Vargem Grande Paulista, no Cinturão Verde de São Paulo, a principal hortaliça produzida aqui é o alface, tanto a variedade americana quanto a crespa. A dois quilômetros de lá está sua distribuidora, para aonde vai toda sua produção. Depois de 16 anos produzindo e distribuindo, o agricultor sentiu necessidade de acompanhar o desenvolvimento do setor. Por isso, há quatro anos fez alguns cursos de capacitação e empreendedorismo rural do Sebrae.

? Melhorou tudo, a gente trabalhava de um jeito desordenado e a partir de agora começamos a ter organização no nosso trabalho ? afirma.

A gestora do projeto do Sebrae, Maria Bernardete Leite, já conhecia a distribuidora do produtor. Mas fazia muito tempo que não visitava o local. Retornou agora, depois de três anos, e a gestora ficou surpresa com o que viu.

? Eu acredito que ele se apropriou das ferramentas, viu a oportunidade e está explorando de forma adequada.

As mudanças podem ser claramente notadas. Antes, a distribuidora era um barracão de madeira, com algumas caixas de hortaliças. Hoje, o galpão é de alvenaria. Um detalhe importante é que todo mundo deve estar uniformizado, com luvas e tocas. E todo o funcionamento mudou. A alface crespa, por exemplo, chega em uma caixa, depois passa pela lavagem na água com dióxido de cloro, em seguida na água pura e só então vai para a embalagem.

No caso da americana, o processo é mais rápido: depois do descarte das folhas externas, o alface é pesado e embalado. A água do local é reciclada, depois de um tratamento de 12 horas é reutilizada.

O trabalho social também é um destaque. Tudo que sobre os funcionários podem levar para casa e, além disso, o produtor distribui para 12 instituições de caridade. Com todas essas mudanças, os lucros de seu Ivanir subiram muito. O quadro de funcionários de 12 embaladores passou a ter 40. Outro avanço é a grande quantidade de hortaliças distribuídas. São quatro mil caixas que saem daqui diariamente.

Os números revelam o quanto a vida do produtor rural mudou depois dos cursos de capacitação. Antes, a distribuidora de seu Ivair tinha 12 clientes. Hoje são 60. Os produtos com alto valor agregado atendem um dos públicos mais exigentes de São Paulo.

Uma sofisticada padaria da capital paulista é uma das que vende o produto do interior de São Paulo e, de acordo com o proprietário do estabelecimento, Ricardo Guedes, as vendas são um grande sucesso.

? Hoje você encontra numa padaria sofisticada um alface numa embalagem diferenciada. Um alface mais limpo, então aumentou muito a saída ? afirma.

Os cursos do Sebrae da regional de Osasco, em São Paulo, são gratuitos. Para mais informações, ligue para (11) 3682.7100 ou envie um e-mail para [email protected]