Incra e Ibama denunciam que situação da madeireira Gethal na Amazônia é irregular

Empresa é suspeita de ter ligações com estrangeiro investigado pela Agência Brasileira de InteligênciaA compra de terras por estrangeiros na Amazônia foi assunto de audiência pública na Comissão de Agricultura do Senado nesta quarta-feira, dia 2. Representantes do Incra e do Ibama relataram a situação irregular em que se encontra a Madeireira Gethal. A empresa é suspeita de ter ligações com um empresário sueco investigado pela Agência Brasileira de Inteligência.

Convidados para dar esclarecimentos sobre as aquisições de terras na Amazônia, os dirigentes da Gethal Amazonas e da ONG Cool Earth não compareceram. Por meio de um comunicado, o representante da organização não governamental inglesa informou que não possui filiais no Brasil e que a organização não arrecada recursos com o intuito de adquirir terras no país, mas patrocina projetos na área de desenvolvimento sustentável em municípios amazonenses.

A Gethal alegou que, enquanto investigações contra a empresa tiverem em curso, nenhum representante comparecerá a audiências públicas. Há suspeitas de que a ONG, fundada pelo sueco Johan Eliasch, tenha comprado 160 mil hectares de terras da madeireira Gethal, no município de Manicoré.

A Comissão de Agricultura do Senado aprovou a convocação dos representantes da ONG e da madeireira. Eles devem ser ouvidos no mês que vem, após o recesso parlamentar.

Levantamento do Incra mostra que dos 32 imóveis rurais que a Gethal possui em Manicoré, somente três ainda estão no nome da empresa. Mas, por enquanto, nenhum documento foi encontrado em nome do sueco.

Conforme a superintendente do Incra no Amazonas, Socorro Marques, um parecer da Advocacia Geral da União facilita a aquisição de terras por estrangeiros.

? Ele permite não ter limites para entrada de capital estrangeiro ? explica. 

Os senadores ainda vão estudar a criação de uma subcomissão para sugerir modificações na lei.