Ministério do Trabalho quer capacitação profissional para o agroextrativismo em Goiás e Tocantins

Comissão responsável deve elaborar um projeto até o fim de outubroAtendendo às reivindicações de produtores de Goiás e Tocantins, o Ministério do Trabalho montou nesta segunda, dia 1º, uma comissão para elaborar um projeto de qualificação voltado ao agroextrativismo. O projeto deve ficar pronto no fim do mês que vem. No entanto, o ministério alega que, por falta de recursos, os cursos de qualificação não vão ser estendidos imediatamente a outros Estados.

A ferrovia norte-sul, uma das obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), vai atravessar o país desde o Maranhão até o Estado de São Paulo. A obra chamou a atenção para a necessidade do desenvolvimento sustentável de pequenas propriedades localizadas às margens da estrada de ferro.

Reunidos em Brasília, representantes de Goiás e Tocantins, extrativistas e ambientalistas, pediram ao governo a realização de cursos de capacitação a pequenos agricultores. Nos dois Estados, em torno de 56 mil famílias deverão sentir os impactos sócio-ambientais causados pela construção da ferrovia.

? Ele [agricultor] só vai ficar ali se tiver certeza de que vai poder gerar renda na propriedade e isso os cursos de qualificação têm essa função: agregar renda, fixar o homem no campo e evitar que ele vá para a cidade ? afirma Paulo Martins, secretário de Agricultura de Goiás.

Para a coordenadora da ONG Agência do Desenvolvimento da Capetinga, Zéria Severo, a qualificação dos produtores vai garantir a preservação do meio-ambiente.

? Há a necessidade da qualificação no agroextrativismo para que eles possam aprender a aproveitar o Cerrado, a sobreviver no Cerrado sem degradar ? avalia.

Diante das reivindicações, o Ministério do Trabalho criou uma comissão que vai elaborar um projeto para capacitação dos agricultores goianos e tocantinenses. A comissão pretende concluir o projeto até o final de setembro, para que já no ano que vem os cursos tenham início. Mas, num primeiro momento, nem todos os produtores do país vão ser beneficiados. O ministério alega que a falta de recursos impede que a qualificação voltada ao agroextrativismo se estenda a outros Estados.

? Nossos planos setoriais de qualificação não contam somente com recursos do Ministério do Trabalho. Existe a possibilidade de co-financiamento. No momento que percebemos que tem outras entidades, outras organizações, se disponibilizando a serem parceiras nesse projeto, então existe uma possibilidade de maior abrangência ? afirma Marcelo Gonçalves, coordenador de Projetos do ministério.