Analista diz que alimentos devem manter pressão inflacionária

Alta da cotação de produtos agrícolas no comércio atacadista ainda não foi repassada ao varejoOs alimentos continuarão pressionando os índices inflacionários, embora a média de preços esteja sinalizando queda no ritmo de remarcações. A previsão é da analista de economia da empresa de consultoria Tendências, Ariadne Vitoriano. De acordo com ela, a cotação dos produtos agrícolas, em alta no comércio atacadista, ainda não foi repassada ao mercado varejista.

Para Ariadne, a desaceleração observada no cálculo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) poderia ter sido maior. Calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o IPC mede a variação do custo de vida das famílias residentes na cidade de São Paulo com renda entre um e 20 salários mínimos. A taxa relativa à terceira prévia de julho, divulgada nesta segunda-feira, dia 28, indica avanço de 0,56% contra 0,59% da segunda prévia.

? Esperávamos um recuo maior da inflação ? disse a analista, observando que permaneceram em alta no período os preços da carne bovina e do feijão.

Entre os produtos pesquisados pela Fipe, os alimentos tiveram aumento médio de l,55% na terceira prévia de julho, contra alta anterior de 1,85%. A variação foi a sexta seguida em processo gradual de desaceleração desde a quarta quadrissemana de maio. O preço das carnes bovinas subiu em média 5,09%, sobretudo peças como músculo (mais consumido em dias frios para compor os ingredientes de sopas), com correção de 12,77%, fígado (12,92%) e costela (9,55%).

Na lista dos produtos in natura, o tomate apareceu como o item mais caro (13,55%). Nas feiras livres da capital paulista, o quilo do produto chegou a passar de R$ 5, mas em alguns pontos de venda já houve ligeira queda. No entanto, o recuo só deve se refletir nos cálculos futuros. Também ficaram mais caros o quiabo (11,21%), a cenoura (4,11%), o chuchu (9,45%) e a abobrinha (6,07%).