O presidente da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), Paulo Guilherme Cabral, disse, nesta sexta, dia 31, em Belo Horizonte (MG), querer triplicar o orçamento atual de R$ 1,1 bilhão da agência para garantir a extensão rural em todo o país.
– Além de um esforço maior de visitar o produtor para orientação, queremos de fato indicação de melhoria de resultados. Vamos ampliar o acesso aos recursos para os produtores e trabalharmos mais na capacitação do extensionista. E para isso precisamos de mais recursos – declarou.
Entretanto, uma eventual ampliação se dará somente no ano que vem, já que o orçamento para este ano já está ratificado.
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– Apesar de que o Plano Safra deste ano já teve um aumento de recursos, inclusive com o surgimento da própria Anater – ressaltou. Cabral informou que em agosto será realizada a primeira reunião do conselho de administração para aprovar o estatuto social. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vai compor a diretoria da Anater para que haja uma maior integração da extensão rural com pesquisa.
– Provavelmente chamaremos uma reunião extraordinária em setembro para aprovação do contrato de gestão, que é a formalização da relação entre a Anater e o governo federal. Aí teremos as metas a serem atingidas e passaremos então a fazer nossos contratos juntos com as prestadoras de Ater (assistência técnica e extensão rural) de uma forma diferenciada, olhando mais para o resultado, com metas tangíveis e mensuráveis, além das transferências de tecnologia a campo, seminários e cursos – explicou.
O presidente da Anater participou de reunião hoje pela manhã com o presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Amarildo Kalil, e outros funcionários, em sua primeira visita à empresa. No encontro, Cabral ouviu o que já está sendo feito no Estado e ouviu algumas solicitações.
– A Emater-MG é uma das mais bem aparelhadas, tem uma excelência de execução e instrumentos novos de trabalho – disse. Ele citou os Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas (ISA) e Zoneamento Ambiental e Produtivo (ZAP), os quais a Emater-MG mensura os resultados e até concede um bônus para quem alcançar as metas.
Dentre os pleitos da Emater-MG à Anater está a ampliação dos recursos da União no orçamento total da vinculada. Hoje a composição dos recursos da Emater-MG tem pouca participação da União (6%), por causa do fim da Embrater, que, na visão de Kalil, foi “desserviço prestado ao país”. Já os municípios tem participação de 22%.
– Uma das nossas demandas é equilibrar esse recurso financeiro, aumentando a participação da União e diminuindo um pouco a dos municípios, até para aliviar a situação das prefeituras nesse ambiente da crise – explicou o presidente da Emater-MG. Outra demanda da instituição mineira, é participar da elaboração do contrato que a empresa terá com a Anater.
– Para que a demanda que vier não seja uma coisa muito desconectada da nossa realidade – destacou. Kakil também sugeriu que fosse criada uma universidade corporativa para os funcionários das Ematers do país.
Diante das solicitações, Cabral disse que os recursos já vêm sendo contratados via Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Incra e que as renovações de contratos e ampliações estão sendo feitas normalmente.
– A Anater vai entrar posteriormente. E aí atende o pleito de aumentar o porcentual da União no orçamento da Emater-MG e desburocratizar o acesso ao recurso, já que vai focar no resultado – falou.
Concurso Emater-MG
Kalil também informou que o concurso para a contratação de 100 funcionários para a Emater-MG foi aprovado pelo governo estadual e que até o final do ano ele será realizado.
– Já estamos iniciando o processo, com elaboração do edital e contratação de empresas – declarou.
Reforçar o atual quadro de colaboradores da vinculada, que conta com 2.100 funcionários, é uma das metas da gestão de Kalil à frente da Emater-MG, além de levar a extensão rural aos mais de 400 mil agricultores familiares mineiros.
