Ano difícil cede espaço à revitalização na suinocultura

Abipecs aposta em aumento da produção em 60 mil toneladas em 2010Suinocultores de todo o Brasil se despedem de 2009 apostando na revitalização do setor depois de um ano marcado pelo aumento da oferta, custos elevados e preços em declínio.

A demonstração de que o ano seria mesmo difícil veio logo no primeiro semestre. A suinocultura brasileira iniciou o ano com grandes volumes estocados diante da queda brusca das exportações no final de 2008, o que somado à oferta de outras carnes, principalmente de boi e de frango, terminou comprometendo resultados junto a produtores e indústrias.

Dados consolidados da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) mostram que em 2009 a oferta de suínos para abate aumentou 6%, alcançando 33,8 milhões de cabeças ante 31,9 milhões de cabeças do ano anterior. Os abates sob Inspeção Federal  SIF, atingiram 28,1 milhões de cabeças, um incremento de 7,7% em relação ao ano anterior. Já a disponibilidade interna cresceu perto de 3,8%, ficando próxima ao consumo, de
13,8 quilos/habitante ano).

? Foi um ano complicado para o suinocultor brasileiro. Os preços decrescentes impossibilitaram que os custos fossem cobertos e muitos suinocultores tiveram prejuízos ? destaca Fernando Iglesias, analista de Safras & Mercado.

Lembra que além dos estoques altos, do crescente aumento da oferta interna e dos custos em alta, o mercado foi castigado pela crise decorrente da gripe A (H1N1) e pela valorização do real em relação ao dólar.

De acordo com o analista de Safras, tanto o mercado interno de suínos quanto o mercado externo passaram por complicações em 2009. O pior momento para o mercado interno, na sua opinião, ficou por conta dos rumores desacertados em torno da possibilidade de contaminação da gripe A(H1N1) via ingestão de carne suína.

Na ótica da Federação, passados os prejuízos, os suinocultores terão, em 2010, um ano de recuperação de renda e de revitalização da atividade. A federação visualiza uma expansão do mercado mundial em mais 60 mil toneladas de carne suína e aponta três movimentos favoráveis à cadeia produtiva no ano que se anuncia: a Rússia, que deverá ampliar a cota em 20 mil toneladas, o Vietnam, que deve anunciar a abertura de seu mercado para 20 mil toneladas de carne brasileira e as Filipinas, que tende a entrar comprando 20 mil toneladas em 2010. Além disso, o Brasil mantém expectativas de entrar nos mercados da China e EUA no próximo ano.