Após safras de seca, excesso de chuva traz ferrugem para Tupanciretã (RS)

Expectativa de melhor produção dos últimos anos se transformou em preocupação e aumento de custos para os produtores da chamada capital gaúcha da soja

Ricardo Cunha | Tupanciretã (RS)

O verão chuvoso prometia uma safra com boa produtividade na chamada capital gaúcha da soja. Os produtores de Tupanciretã acreditavam que o rendimento nas lavouras ajudaria a recuperar uma parte dos prejuízos caldos pelos três ciclos de seca nos últimos anos na região. Entretanto, a chuva em excesso trouxe outro problema: a ferrugem asiática.

A safra 2014/2015 pode ficar para sempre na memória dos produtores de soja da região. Os 700 mm de chuva entre outubro e fevereiro ajudaram a desenvolver as plantas, mas também trouxeram dor de cabeça.

– Este ano o clima contribuiu do ponto de vista da produção, mas também trouxe a ferrugem em grande escala – comenta o representante da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja-RS) José Domingos Teixeira.

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O maior município produtor de soja no Estado plantou 144 mil hectares da oleaginosa nesta safra. A expectativa inicial era de colher, em média, 60 sacas por hectare. Com a identificação dos primeiros focos da doença, em janeiro, as estimativas foram refeitas e as perdas já são consideradas inevitáveis.

– Aqui no município de Tupanciretã nós teremos um prejuízo de 40 mil toneladas, o que representa 6,5 sacos por hectare dentro da área semeada da cidade – ressalta Teixeira.

O produtor rural Carlos Malheiros identificou a doença logo no início do ataque da doença e começou o tratamento com fungicida.

– Nós começamos com 20 dias cada aplicação, depois fomos para 18, 15, 12 e agora estamos com 10 dias entre uma aplicação e outra. Temos variedades mais tardias acho que vamos precisar fazer mais duas aplicações – projeta.

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Somando tudo isso, Malheiros deve terminar a safra com sete aplicações. Com esse tratamento, o sojicultor crê que a produtividade não será comprometida, chegando a 60 sacas por hectare. O que mais preocupa é o custo final da lavoura.

– O custo vai aumentar bastante. Deve passar dos 40 sacos por hectare. Este ano ficou bastante alto por causa dos fungicidas. Alterou bastante, não estava no orçamento – lamenta.

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