SC apresenta semente de alho resistente a vírus

Tecnologia desenvolvida pela Epagri é capaz de aumentar a produtividade em 40%

Fonte: Divulgação/Pixabay

A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, desenvolveu uma semente de alho capaz de resistir à contaminação de um complexo de vírus. 

O complexo de vírus contamina a semente e derruba o rendimento das lavouras. A contaminação ocorre por insetos vetores, como pulsões, ácaros e trips.

– O alho é uma espécie de propagação vegetativa, ou seja, a semente utilizada para plantio das lavouras é o próprio bulbilho [dente do alho] que é colhido e armazenado para uso no ciclo seguinte. Uma única vez que a planta é infectada no campo, esses vírus se perpetuam nas sementes ao longo dos ciclos, impedindo que a planta expresse seu verdadeiro potencial produtivo – explica o pesquisador da Epagri, Renato Vieira.

A nova semente, de acordo com os pesquisadores, é capaz de ampliar a produtividade das lavouras de alho entre 30% e 40%, como mostrou experiências realizadas em Santa Catarina.

– Passamos de uma média de 12 toneladas por hectare para 15 toneladas por hectare nas melhores lavouras. Em alguns lotes, conseguem-se até 18 toneladas por hectare – destaca o extensionista da Epagri na Gerência Regional de Curitibanos, Marco Lucini. 

A expectativa dos pesquisadores é que a tecnologia leve à recuperação da produção doméstica de alho, que perdeu espaço para a importação por conta da doença – atualmente, 67% do alho consumido no Brasil é importado de China e Argentina.