Aprosoja Brasil contesta projeções da Conab

Números são otimistas demais considerando a estiagem em algumas regiões

Fernanda Farias | Sidrolândia (MS)

A Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil) está contestando as estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra de soja em 2014/2015, afirmando que a maior parte das regiões está sofrendo com a estiagem.

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Segundo o órgão governamental, a safra deve totalizar 95,92 milhões de toneladas ao final do período, recorde histórico e acima das 95,80 milhões de toneladas projetadas em dezembro. No período de 2013/2014, foram colhidas 86,12 milhões de toneladas.

– Eu vejo o número da Conab bastante expressivo, não tem como a gente atingir. Lógico, temos o clima que tem que correr, e até o final tudo pode acontecer. Mas até o presente momento, praticamente fim de janeiro, isso vai afetar a produção sim e não vai dar o numero que a Conab ta dizendo. Eu acredito uma redução de 6% a 7% – disse o presidente da Aprosoja Brasil, Almir Dalpasquale.

Em Mato Grosso do Sul, já há certeza de quebra na produção. O produtor Carolo Stralioto, de Sidrolandia, afirmou que a maior parte dos 3,3 mil hectares que plantou está sofrendo com a falta de chuvas, afetando o desenvolvimento da planta.

Em 40 hectares que foram semeados por Stralioto em outubro, a última grande chuva caiu apenas em 22 de dezembro, levando a planta a antecipar seu ciclo de desenvolvimento em cerca de 15 dias. O resultado é que o produtor terá de colher mais cedo, prejudicando a produtividade.

A maioria dos 400 produtores de Sidrolândia iniciou a semeadura no fim de outubro, após a forte estiagem que atingiu toda a região Centro-Oeste. O presidente do sindicato rural, Rogério Menezes, prevê que dos 173 mil hectares de cultivo não serão colhidos os 70 sacos em média previstos. A redução de produtividade hoje já é de 10%.

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