Área tratada com biopesticidas no Brasil chega a 70 milhões de hectares, diz pesquisa da Embrapa Paste this at the end of the tag in your AMP page, but only if missing and only once.

ESTUDO

Área tratada com biopesticidas no Brasil chega a 70 milhões de hectares, diz Embrapa

Na soja, a área tratada com esse tio de produtos no Brasil subiu de 12 milhões de hectares, em 2020, para 20 milhões de hectares, em 2023

Trichoderma, biopesticida, fungo
Foto: Divulgação

Nos últimos cinco anos, o mercado brasileiro de biopesticidas registrou um crescimento anual composto de 45%, enquanto o mercado de defensivos agrícolas convencionais cresceu 6% no mesmo período.

Os biopesticidas são defensivos derivados de organismos naturais, como insetos, fungos, bactérias, etc.

Em 2022, a área tratada com controle biológico no Brasil atingiu 70 milhões de hectares.

No simpósio “Trichoderma: o mais importante agente de controle biológico de doenças de plantas”, realizado em parceria com a Universidade de Salamanca (Espanha), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e a Ballagro Agro Tecnologia Ltda., a equipe da Embrapa Meio Ambiente apresentou os dados.

 “É um crescimento espetacular, principalmente pela facilidade de aplicação e custos desses produtos”, destaca o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Wagner Bettiol.

Em 2011, o Brasil tinha 26 produtos registrados, em 2023, o portfólio já continha 616 produtos.

“A agricultura brasileira tem que ser sustentável e mostramos isso de diversas formas, como o controle biológico baseado em ciência,” diz a chefe geral da Embrapa Meio Ambiente, Paula Packer.

Uso de biopesticidas na soja

Na soja, a área tratada com biopesticidas no Brasil subiu de 12 milhões de hectares em 2020 para 20 milhões de hectares em 2023, e praticamente a mesma tendência ocorreu com outras culturas.

Bettiol destaca que reuniões realizadas pelo Fórum de Adequação Fitossanitária da Embrapa Meio Ambiente foram fundamentais para que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) editasse instruções normativas que consolidaram esse crescimento.

As previsões indicam que em 2028 o mercado mundial de biopesticidas será de 27,9 bilhões de dólares.

O pesquisador conta que representantes de todas as regiões do Brasil participaram amplamente das discussões o que demonstra a importância do tema para a agricultura brasileira.

Do “hippie” ao essencial: fungo Trichoderma

O professor da Universidade de Salamanca Enrique Monte falou sobre a adaptabilidade do Trichoderma, um gênero de fungos muito utilizado na agricultura como agente de controle biológico de doenças de plantas.

“A principal característica que define o gênero Trichoderma é o seu oportunismo, ou seja, sua enorme capacidade para colonizar qualquer substrato em qualquer ambiente, desde a Antártida até o Caribe ou o deserto de Saara”, destaca Monte.

O professor conta que começou seus estudos com esse organismo em 1986, e que naquela época, era considerada uma ideia excêntrica “de hippies, que propunham respeito a natureza. Não se considerava algo científico. Curiosamente, China, Índia e Brasil estavam trabalhando com isso, desenvolvendo controle biológico, talvez pelo fato de os agrotóxicos serem mais caros”, analisou o professor. E agora muitas empresas que não trabalhavam com esses organismos, estão buscando desenvolver produtos biológicos.

Para o pesquisador da Universidade Tecnológica Federal do Paraná Sergio Mazaro, a introdução de Trichoderma no sistema de manejo é fundamental para obter sucesso no controle de fitopatógenos habitantes do solo. Ele destacou os grandes desafios para o uso de biológicos de forma racional e eficiente, como os cuidados com os produtos, a especificidade dos isolados ou cepas, o alvo biológico, as formas e condições de aplicação, as compatibilidades química e biológica, bem como as formulações e as tecnologias envolvidas no manejo do sistema.

Lecio Kaneco, engenheiro-agrônomo da empresa Ballagro, destacou que a empresa nasceu de um produto à base de Trichoderma . “Nossa evolução no mercado é graças ao Trichoderma e às pesquisas desenvolvidas com esse organismo”, declarou.

Sair da versão mobile