Argentina quer reduzir produção de trigo para estimular diversificação das lavouras

Governo garante, no entanto, que o fornecimento do cereal ao Brasil não será prejudicado pelo planoO governo argentino quer estimular o agricultor a substituir uma parte da produção de trigo no país para aumentar a diversificação da agricultura doméstica. O país, porém, garante que o fornecimento do cereal ao Brasil, seu principal comprador do grão, não será prejudicado pelo plano.

– É preciso substituir um pouco o cultivo de trigo por feijão, lentilhas, entre outros, para diversificar a produção – disse o vice-ministro de Agricultura argentino, Lorenzo Basso, em entrevista coletiva à imprensa.

Segundo ele, a diversificação é lucrativa para a Argentina, mas a produção de trigo continuará sendo importante.

– Já acertamos com o Brasil, há alguns dias, em reunião entre os ministros dos dois países, um plano de fluxos de trigo para o mercado brasileiro, que continuará sendo abastecido pela Argentina – afirmou.

Basso informou que tem recebido informações do mercado de um grande volume de compra de fertilizantes por parte dos agricultores, o que indica “intenção positiva do produtor para a próxima safra”.

Safra de grãos é estimada em até 100 milhões de toneladas

Na entrevista concedida à imprensa, Basso anunciou que a safra total da Argentina 2011/2012 ficará entre 90 milhões e 100 milhões de toneladas, abaixo das 114 milhões estimadas no período anterior.

– Esperávamos ter uma colheita de 50 milhões de toneladas de soja e 25 milhões de toneladas milho, mas vamos ter uma redução em consequência da seca – disse Basso.

Ao comentar estimativas feitas na quinta-feira pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires, de uma colheita de 45 milhões de soja, o vice-ministro disse que o “golpe” no volume da produção não foi tão forte assim. Segundo ele, tanto a soja quanto o milho plantados em uma segunda safra foram beneficiados pelas chuvas e compensaram a primeira safra, que foi prejudicada pela seca. Basso também disse que a Argentina “está bem encaminhada” para chegar a uma produção total de 165 milhões de toneladas em 2020.

Agência Estado