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Arroz: clima dificulta plantio e pode impactar produção no RS

As intensas chuvas em setembro e início de outubro prejudicaram o andamento da semeadura do arroz, que está apenas no início

A expectativa é de um aumento de 7,5% na área destinada ao cultivo de arroz no Rio Grande do Sul, atingindo mais de 902 mil hectares no ciclo 23/24, conforme projeções da Emater. Contudo, desafios climáticos têm impactado a semeadura, colocando em risco essa estimativa.

As regiões mais afetadas pelas adversidades climáticas são a fronteira oeste, a região central e as planícies costeiras. As intensas chuvas em setembro e início de outubro prejudicaram o andamento da semeadura, que está apenas no início, alcançando cerca de 10%, em comparação com os 50% registrados na safra anterior. Produtores, como Fábio Eckert, de Tapes (RS), enfrentam dificuldades devido a áreas alagadas.

Eckert disse: “A janela tá se indo porque a janela boa é até dia 15, 20 de outubro. Nós ainda conseguimos plantar um pedacinho da área. A gente tá muito preocupado porque a janela vai passando e a gente já ficando com medo de não ter piso para plantar.”

O Rio Grande do Sul é responsável por aproximadamente 70% da produção nacional de arroz e espera colher 7,5 milhões de toneladas, um aumento de mais de 4% em relação à safra anterior. No entanto, a baixa luminosidade devido às condições climáticas pode impactar na produtividade, pois o arroz necessita de sol para seu desenvolvimento.

Alexandre Velho, presidente Federraroz, comentou: “No mínimo traz uma preocupação com a relação a custos porque quando eu tenho uma necessidade e uma pressão maior de fungos em função de umidade maior eu tenho uma necessidade maior de controles químicos e isso onera os custos de produção.”

O El Niño, que trouxe umidade, pode afetar também a soja, que atingiu 506 mil hectares no último ciclo. Contudo, o clima desfavorável pode desmotivar os produtores no ciclo 23/24, segundo Flávia Tomita, diretora técnica do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). “A soja manteve estável, mas também lembrando que a intenção foi antes dessas chuvas porque a gente sabe que a soja e o milho são muito mais suscetíveis ao excesso hídrico do que o arroz. Então a gente acha que isso pode ter algumas alterações.”

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