Os agricultores brasileiros devem colher 12,3 milhões de toneladas de arroz em 2017, um aumento de 1,2% ante o previsto em junho, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de julho, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A revisão equivale a 150 mil toneladas a mais na produção. “Como o consumo interno de arroz gira em torno de 11,5 milhões de toneladas, sempre sobra um pouquinho de arroz para exportar”, lembrou Carlos Antonio Barradas, gerente na Coordenação de Agropecuária do IBGE.
A área a ser colhida cresceu 0,3% na passagem de junho para julho, enquanto o rendimento médio aumentou 0,9%. Os dados foram influenciados, sobretudo, pelo Rio Grande do Sul, com participação de 70,8% na safra nacional. A estimativa da produção gaúcha foi elevada em 1,4% em julho, em função da constatação de um maior rendimento médio das lavouras, devendo alcançar 8,7 milhões de toneladas.
“A safra de arroz no Rio Grande do Sul foi beneficiada pelo clima. Choveu na hora que tinha que chover, fez sol quando tinha que fazer, e não choveu na hora de colher. Nessa safra correu tudo maravilhosamente bem. Inclusive esse é um arroz de muito boa qualidade”, contou Barradas.
No Nordeste, o clima mais chuvoso também beneficiou a produção do arroz de sequeiro. A estimativa da região ficou em 474,6 mil toneladas, aumento de 3,4% em relação ao mês anterior, com o rendimento médio 3,2% maior. Os destaques foram a produção do Maranhão, 258,8 mil toneladas, aumento de 0,4%, e Sergipe, 54,1 mil toneladas, aumento de 30,7%.
Feijão
De acordo com o IBGE, o país também deve colher 1,2% a mais do que foi previsto em junho na cultura de feijão. A colheita do grão neste ano deve somar 3,3 milhões de toneladas. A estimativa para a área total plantada com feijão aumentou 0,8%.
“Esse feijão deve ser suficiente para abastecer o mercado interno. Então não deve ter importação de feijão este ano”, previu Carlos Antonio Barradas, gerente na Coordenação de Agropecuária do IBGE, lembrando que o consumo doméstico de feijão gira em torno de 3,35 milhões de toneladas.
A 1ª safra de feijão está estimada em 1,6 milhão de toneladas, aumento de 1,6% ante o esperado em junho. A melhora é devida à reavaliação das estimativas da Região Nordeste, onde houve um aumento de 22,1 mil toneladas e que representou 5,2% a mais que em junho.
A 2ª safra de feijão, porém, teve queda de 0,9% em julho ante a estimativa de junho, acompanhando o recuo de 3,9% no rendimento médio. Houve redução na expectativa de produção da 2ª safra da leguminosa nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul.
Em relação à 3ª safra de feijão, a previsão é de aumento de 5,3% na estimativa da produção em relação à passada. São Paulo teve aumento de 30,9% na área plantada, alta de 21,7% no rendimento médio e avanço de 59,3% na produção.
Safra total
O levantamento do IBGE de julho estima uma safra total recorde de 242,1 milhões de toneladas em 2017, um avanço de 31,1% em relação à produção de 2016, que totalizou 184,7 milhões de toneladas. A estimativa supera em 0,7% a prevista em junho, com 1,8 milhão de toneladas a mais de grãos.
Os produtores brasileiros semearam 61,1 milhões de hectares na safra agrícola de 2017, 7,1% mais que em 2016, cuja área somou 57,1 milhões de hectares. Em comparação à estimativa de junho, a área cresceu 0,1%, o equivalente a 74,5 mil hectares a mais.
A produção nacional de soja será 19,7% maior este ano do que a obtida em 2016, segundo o IBGE. A área colhida aumentou 2,3%. O milho deve ter um salto de 56,1% na produção em 2017, com aumento de 18,4% na área. Já o arroz terá crescimento de 16,3% na produção, e elevação de 4,0% na área a ser colhida.
O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos agrícolas do país, responsáveis por 93,6% da estimativa da produção brasileira em 2017 e 87,9% da área a ser colhida.
A produção nacional de milho e de soja será maior do que o esperado em junho. A safra de soja será 0,2% superior ao previsto anteriormente, enquanto que a estimativa para o milho subiu 1,7%. A produção de milho de primeira safra aumentou 1,0%, e a segunda safra cresceu 2,1% em relação à previsão anterior.
Os demais avanços registrados na passagem de junho para julho foram na laranja (16%), feijão 3ª safra (5,3%), algodão herbáceo (2%), café canephora ou robusta (1,6%), feijão 1ª safra (1,6%), café arábica (1,5%), arroz (1,2%) e cana-de-açúcar (1,2%).
Na direção oposta, houve redução nas estimativas para o feijão 2ª safra (-0,9%) e o trigo (-6,5%).