Arroz brasileiro em Cuba deve ganhar concorrência dos Estados Unidos

Depois de 50 anos, Cuba e EUA se aroximam diplomaticamenteO arroz brasileiro poderá ter nova concorrência quando o destino é Cuba: Estados Unidos. O país comunista é o quarto maior importador do cereal brasileiro e, caso ocorra uma abertura comercial entre os dois países, uma nova alternativa aos cubanos é o produto norte-americano, semelhante ao nacional em termos de qualidade e com o benefício da logística.

Entre janeiro e novembro de 2014, os cubanos compraram do Brasil 115,33 mil toneladas (base casca), respondendo por 9,7% do total de 1,19 milhão de toneladas. Segundo o analista de mercado Carlos Cogo, a proximidade geográfica entre Estados Unidos e Cuba acarreta em custos menores, o que traz desvantagem para o setor no Brasil.

– A disputa pelo mercado cubano é relevante para o Brasil. Além disso, os preços do arroz norte-americano de qualidade similar ao brasileiro estão mais de US$ 50,00 por tonelada menores e o frete médio dos Estados Unidos para Cuba é mais de 60% inferior ao do Brasil para Cuba – observa.

Para Cogo, o fato de o Brasil ter financiado as obras do Porto de Mariel com US$ 1,52 bilhão de recursos do BNDES, que causou polêmica no cenário político brasileiro, não deve ser visto como uma vantagem para os brasileiros. As operações do porto estão a cargo da companhia PSA, de Cingapura, considerada uma das maiores operadoras portuárias do mundo.

Outro setor em Cuba que poderá beneficiado é o sucroenergético, já os Estados Unidos têm dificuldade para transportar etanol de uma região para outra no inverno e a ilha da América Central, além de geograficamente próxima aos EUA, apresenta alto potencial para lavouras de cana, sendo o açúcar um dos itens agrícolas mais produzidos.

Depois de 50 anos de uma relação marcada por bloqueios econômicos, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, informou na quarta, dia 17, que trabalha para retomar uma aproximação diplomática com Cuba.