O ano de 2017 será de recuperação para os rizicultores gaúchos, após a quebra de safra no ano passado. A abertura oficial da colheita do arroz foi um momento de comemoração pela boa produção, mas também a oportunidade para o setor expor as principais reivindicações.
A colheita na Estação Experimental de Arroz, em Cachoreirinha, no Rio Grande do Sul, representa o resultado do esforço de milhares de produtores locais. As máquinas retiram o grão que se destaca entre os principais produtos do estado. A abertura oficial da colheita do arroz foi transmitida ao vivo pelo Canal Rural no sábado, dia 18.
A expectativa de safra é de aproximadamente 8,5 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul tem 20 mil lavouras de arroz, em uma área de mais de um milhão de hectares.
Mas o trabalho não termina na colheita. A comercialização dos grãos também exige muita atenção dos agricultores. O presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Guinter Frantz, recomenda que haja o máximo de cuidado na hora de vender o produto. “Nós sabemos que é recorrente este problema de, na safra, termos uma pressão de baixa, principalmente os produtores que são financiados pelas indústrias”, afirma.
“Todos que conseguirem segurar o produto por mais tempo e vender um pouco mais adiante ou fazer vendas parceladas para que consiga um preço viável. Porque a pressão de baixa vai vir”, comenta.
Se em 2017 a colheita é boa, no ano passado houve quebra. E a necessidade de ampliação do seguro rural das lavouras continua uma das principais reivindicações do setor.
“A Federarroz busca que os bancos aceitem um segundo orçamento de seguro para o produtor ter mais segurança na sua atividade”, afirma o vice-presidente da entidade, Alexandre Velho.
Na cerimônia que reuniu as autoridades e lideranças, outras demandas foram lembradas. Uma delas é a valorização dos pesquisadores do Irga, após alguns profissionais deixarem o instituto para trabalhar na iniciativa privada.
“Foram já autorizados o chamamento de 47 novos técnicos ligados à pesquisa. Seis já publicados e os demais nos próximos dias. Temos uma questão de extensão remuneratória interna para equacionar. A gente sabe da particularidade do Irga, que tem arrecadação próprio da taxa CDO. E nós estamos trabalhando com este objetivo para superar estas demandas aí”, destaca o secretário de agricultura do Rio Grande do Sul, Ernani Polo.
Outra reivindicação é que o consumidor possa identificar o arroz produzido no estado.
“Entram arrozes de outros países, que utilizam defensivos mais baratos e até mais agressivos ao meio ambiente e são vendidos livremente sem qualquer identificação. E muitas vezes como se gaúcho fosse”, diz o presidente da Federarroz, Henrique Dornelles.
“Nós fizemos uma interpretação que a Anvisa já reconheceu é que deveria em cada pacote de arroz, além da segregação do produto oriundo de outros países, que seja destacado se é um produto argentino, uruguaio ou brasileiro, completa.