Estudantes testam efeitos da fitoterapia e homeopatia no tratamento de animais

Universitários utilizam substâncias encontradas na camomila, erva cidreira e até em frutas, como o maracujáEstudantes de Agronomia, Veterinária e Zootecnica de uma universidade do Distrito Federal descobriram os efeitos da fitoterapia e da homeopatia na prevenção e no tratamento de doenças nos animais. Os universitários tratam búfalos, cavalos, bois, cães e gatos com substâncias encontradas, por exemplo, na camomila, erva cidreira e até em frutas como o Maracujá. Além de naturais, os medicamentos chegam a ser 50% mais baratos do que os convencionais.

Intrigados com a cultura popular em torno de ervas e plantas, estudantes da Upis Faculdades Integradas, universidade do Distrito Federal, resolveram testar a eficiência das plantas no tratamento de animais e o resultado foi melhor do que o esperado.

A equipe, coordenada pelo professor Hélio Blume, observou que, ao serem confinados, os búfalos apresentaram alguns sintomas de estresse como, por exemplo, problemas de pele e queda da produtividade. A partir daí começaram o tratamento aliando a fitoterapia com a homeopatia.

? Como essas são bubalinas leiteiras, que utilizamos aqui, elas sofrem muito nessa época da seca, então tentamos usar o fitoterápico também para elas amenizarem o sofrimento, para não cair tanto a produção delas, principalmente nessa época ? afirma a aluna Bárbara Fernandes.

Comprovada a eficiência dos medicamentos, os estudantes, agora, observam a ação em outros rebanhos.

? O aparecimento de algumas doenças que são fruto da proximidade da civilização desses animais tem procurado os conhecimentos que a bubalinocultura tem nos oferecido e estendendo isso para os ovinos e outros animais, visando sempre uma qualidade de vida melhor e aumentando a nossa produtividade animal ? explica Blume.

Apenas algumas gotas cuidadosamente processadas são suficientes para deixar o cavalo mais calmo. A homeopatia recomendada pela professora Rita de Cássia no tratamento de doenças comportamentais e na prevenção de carrapatos, também encontra amparo no trabalho desenvolvido pelos jovens cientistas.

Em um laboratório, eles destrincham planta por planta em busca das propriedades que vão combater fungos, bactérias e até mesmo vírus, sendo que 30% das espécies da flora do Cerrado já são conhecidas.

? Nós fazemos vários extratos dessas plantas e testamos no laboratório contra bactérias e fungos que atacam os animais. Depois, a gente testa nos próprios animais para ver o efeito de princípio ativo e de toxicidade também ? explica Francislene Melo, professora de Bioquímica e Plantas Medicinais.