Mantega afirma que não vai usar IOF para segurar preço do Real

Segundo o ministro, aumento só se justifica com excesso de recursos na bolsa e na renda fixaO ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou um reajuste na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investimentos estrangeiros em bolsa e em renda fixa logo depois das eleições. Ele, no entanto, não descartou a possibilidade de que o governo adote a medida em algum momento, dependendo do comportamento do mercado.

De acordo com o ministro, o governo está tomando outras providências para impedir a valorização do real, como a compra de dólares pelo Fundo Soberano. Ele lembrou ainda que o Banco Central pode voltar a atuar no câmbio por meio da compra de dólares no mercado futuro.

Segundo Mantega, o aumento na taxação do capital estrangeiro só tem justificativa quando há entrada excessiva de recursos na bolsa de valores e nos investimentos de renda fixa.

? Por enquanto, não detectamos nenhuma anomalia nesses fluxos. Agora, se esses mercados se comportarem mal, aí sim, teremos de intervir. Nenhuma possibilidade está descartada.

Em relação à entrada de dólares no país provocada pela capitalização da Petrobras, o ministro disse que os mecanismos já adotados pelo Banco Central estão dando conta do câmbio.

? O Banco Central está enxugando o câmbio por meio da compra à vista da moeda norte-americana.

Mantega afirmou ainda que, em outubro do ano passado, quando o governo passou a cobrar 2% de IOF para investimentos estrangeiros na bolsa e em renda fixa, a entrada de divisas no país estava mais intensa que atualmente.

? Quando pusemos o IOF no ano passado, o excesso financeiro naquele mês foi de US$ 13 bilhões. Agora não há esse mesmo movimento.