Baixa oferta de soja faz preços dos derivados subirem

Estiagem provocou escassez dos produtos provenientes dos Estados da região SulCom a menor oferta de soja no mercado, o preço dos derivados do produto registra aumento. A estiagem prejudicou a produção nos Estados da região Sul do Brasil e na Argentina. No farelo de soja, a alta chega a 50%. Com a seca, as indústrias nacionais e internacionais anteciparam as compras para não correr o risco de ficar sem o produto. As aquisições, que geralmente eram feitas no final de abril e começo de maio, este ano começaram nos meses de fevereiro e março. Segundo o analista de mercado Jos

– Nós temos estoque para fazer face a isso. Só que tem implicação direta no preço. A gente tinha uma certa previsão, vamos dizer assim. Tinha um preço que ia acontecer, se não tivesse constrangimento na hora, que acontece naturalmente. Tem uma mudança na dinâmica do preço dentro da cadeia – afirma.

No Rio Grande do Sul, a tonelada do farelo é vendida por mais de R$ 900,00. Já no Estado de São Paulo, a tonelada chega a R$ 1 mil nas regiões de Sorocaba e Mogi das Cruzes, de acordo com o pesquisador do Centro de Pesquisas Avançadas em Economia Aplicada (Cepea), Lucilio Alves.

– Um ponto importante é que esse aumento de preço de farelo e óleo não significa que o segmento processador está ganhando uma margem maior. Pelo contrário. As margens estão inferiores às dos últimos dois anos – diz.

O aumento é positivo para os produtores que possuem soja para vender. Quem não sofreu com a estiagem está conseguindo uma margem maior de lucro. No entanto, conforme Alves, quem pode acabar sofrendo com os preços mais altos é o setor de carnes.

– Os preços subiram a níveis recordes. Então, claramente, isso leva a uma preocupação, do ponto de vista de consumidores finais ou desses produtos, no caso do segmento de carnes de aves e suínos, cujos preços não subiram na mesma intensidade – pontua.

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