Barter pode ser melhor alternativa para financiar safra | Canal Rural Paste this at the end of the tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Barter pode ser melhor alternativa para financiar safra

Sistema evita os altos juros e a burocracia dos bancos e instituições financeiras; mas especialista alerta que há alguns riscos que os agricultores precisam estar cientes

As dificuldades na liberação de crédito e as incertezas no cenário econômico do Brasil têm levado os produtores rurais a buscarem alternativas para o financiamento da safra. Nesse cenário, estão ganhando espaço e se popularizando as operações de barter, que evitam os altos juros e a burocracia dos bancos e instituições financeiras, ao mesmo tempo em que são vistas pelos fornecedores como uma forma de fidelizar clientes.

“O sistema de barter, no caso das commodities, é o de troca de insumos, sementes e equipamentos diretamente por produtos. Atribuem-se valores a ambos e se determina as quantidades de cada um, de acordo com estes valores. Os preços dos insumos, sementes e equipamentos são determinados pelas tabelas dos fornecedores. Já os preços das commodities variam a cada dia de acordo com as respectivas cotações nos mercados futuros e precisam ser traduzidas em reais por saca, posto localidade da troca, no Brasil”, explica o analista sênior da Consultoria Trigo & Farinhas Luiz Carlos Pacheco.

Ele diz que no Brasil a maioria das operações de barter é triangulada, envolvendo o produtor rural, a empresa de insumos e uma trading, que faz o papel de comprador final da mercadoria, geralmente destinada à exportação: “É ela quem determina o preço da commodity negociada, a partir do repasse que consegue fazer no mercado internacional ou da cobertura que faz nos mercados futuros”.

Pacheco ressalta que essa modalidade tem aumentado porque “não envolve financiamento bancário e suas complicações no Brasil. Como são dadas garantias de produto, não são cobrados juros diretos. Os preços são determinados diretamente das cotações das Bolsas Internacionais, sem outros descontos”.

No entanto, o especialista alerta que há alguns riscos que os agricultores precisam estar cientes. “O maior é a quebra de safra, se não produzir o volume de produto contratado, ou não tiver a qualidade, sofrendo, por isso, descontos. Nestes casos, depois da colheita, ou o agricultor oferece mais produto (às vezes da safra seguinte) ou negocia a diferença financeira com a outra parte. O maior cuidado que o agricultor tem que tomar é a correta avaliação dos bens envolvidos, tanto do que está adquirindo, quando do que está fornecendo como garantia”.

O analista da T&F acredita que o barter “veio para ficar, porque o agricultor vai gostar da modalidade, se acostumar com ela e até vai exigi-la futuramente das empresas. Como o dinheiro é um produto dos mais caros no Brasil, vai levar muito tempo até que um financiamento volte a oferecer condições mais vantajosas que o barter”.

Sair da versão mobile