Café

Orçamento do Funcafé será 17,2% maior em 2020

O fundo contará com R$ 5,7 bilhões na safra 20/21. CNA defende que em um ano de safra alta, a ampliação dos recursos é necessária para as políticas do setor

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Foto: Marcelo Camargo/ABr

O Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) aprovou nesta sexta-feira, 13, a proposta de distribuição dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a safra 2020/2021. Ao todo, serão R$ 5,7 bilhões, acréscimo de 17,2% em relação ao volume liberado no ano passado.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) integra o colegiado e defendeu que em um ano de safra alta, a ampliação dos recursos é necessária para as políticas do setor. Ficou acordado que os recursos serão distribuídos desta forma: R$ 1,6 bilhão para custeio, R$ 2,3 bilhões para comercialização, R$ 1,15 bilhão para aquisição de café. Outros R$ 650 milhões irão para capital de giro e R$ 10 milhões para a recuperação de cafezais.

Na abertura do encontro, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que é preciso pensar em instrumentos para ampliar o orçamento do Funcafé e financiar mais produtores, chamando gente de mercado para pensar em alternativas.

“O que a gente tem tentado fazer com todas as cadeias produtivas aqui no ministério é incentivar os integrantes a pensar fora da casinha, e a gente está fazendo isso aqui todos os dias. Se der certo, ótimo, mas vamos focar principalmente nesses produtos que já são cadeias tradicionais, que já estão segmentados como o café e a cana-de-açúcar”, disse a ministra.

Tereza Cristina também destacou a necessidade de ampliar o segmento do café gourmet, com recursos para equalizar financiamentos, baixar juros, viabilizando alternativas de produção aos cafeicultores de menor porte, sabendo onde estão os gargalos para ajudá-los a agregar valor à produção.

Sobre o preço mínimo do café, a ministra ressaltou que é preciso trabalhar para aperfeiçoá-lo, com o objetivo de passar mais confiança à cafeicultura. “Esse valor é técnico e deve ser condizente com a realidade. Não deve ser usado como uma política de preços”, alertou ela.

OIC

O Conselho também debateu a manutenção da Organização Internacional do Café (OIC), para cumprir seu papel de apoiar a cafeicultura mundial.

A ministra reconheceu que o Brasil, como maior produtor mundial de café, deve ter atuação mais ativa na organização. Ela disse que apoia a presença do país na OIC e defende a apresentação de um plano de reestruturação, na reunião da entidade, em setembro, em Londres. “É o único organismo do setor e precisa ser bem utilizado”, completou.