Café

Preço do café sobe quase 3% na Bolsa de Nova York

O grão rompeu a linha de US$ 1,20 por libra-peso nesta terça, dia 23. Confira as principais notícias sobre dólar, mercado agropecuário e previsão do tempo para começar o dia bem informado

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Foto: José Gomercindo/AENotícias

O café arábica negociado na Bolsa de Nova York registrou alta de quase 3% nesta terça-feira, dia 23, rompendo a marca de US$ 1,20 por libra-peso. O vencimento dezembro terminou o dia cotado a US$ 1,2110.

Durante o dia, a variedade registrou quedas, mas o mercado terminou com uma forte valorização vinda de correções técnicas após o forte tombo da segunda-feira, dia 22.

“Apesar de nas recentes perdas o mercado perder força altista, ainda sustenta boa parte da escalada que apresentou nas últimas semanas e mantém o aspecto técnico positivo”, indica o consultor de Safras & Mercado Gil Barabach.

O analista destaca que os fundamentos baixistas, em contrapartida, seguram as altas. Importantes origens iniciam colheitas e suas safras agora neste fim de ano, com destaque para o Vietnã no robusta, o que traz tranquilidade ao abastecimento em um ano que o Brasil colheu uma safra recorde.

A leitura técnica ainda é positiva, com o mercado acima das médias móveis de longo prazo. Porém, Barabach adverte sobre os fundamentos serem um empecilho para o mercado ter altas ainda mais significativas.

Londres

Os contratos futuros do robusta, negociados na bolsa inglesa, terminaram em baixa nesta terça. Segundo traders, o mercado foi pressionado pelo forte tombo do petróleo e pela colheita do robusta no Vietnã. Entretanto, o que limitou as perdas foi a boa subida do arábica em NY.

Cotações domésticas

As cotações brasileiras reagiram diante da valorização do arábica em NY. O dia foi lento na comercialização com a volatilidade na bolsa, embora o vendedor tenha se apresentado mais para negociação com a melhora nas bases de preço.

Café no mercado físico – por saca de 60 kg

        • Arábica/bebida boa – Sul de MG: R$ 450 a R$ 455
        • Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: R$ 455 a R$ 460
        • Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: R$ 375 a R$ 380
        • Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): R$ 333 a R$ 335
        • Confira mais cotações

Café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) – por libra-peso

          • Dezembro/2018: US$c 121,10 (+3,45 cents)
          • Março/2019: US$c 124,85 (+3,40 cents)

Café robusta na Bolsa de Londres (Liffe) – por tonelada

          • Novembro/2018: US$ 1.693 (-US$ 3)
          • Janeiro/2019: US$ 1.719 (-US$ 2)

Boi gordo

A queda no consumo interno de carne bovina — comum neste período de fim de mês — traz lentidão ao escoamento da produção, aponta a Scot Consultoria. Associado a isso, a melhora na oferta de boiadas garantiu fôlego para os estoques dos frigoríficos.

Diante deste cenário, as ofertas de preços abaixo das referências estão ganhando força e, consequentemente, nota-se uma pressão de baixa maior sobre a arroba do boi gordo em algumas regiões.

No Paraná, onde a referência está em R$ 149,50, há tentativas de compras até R$ 2 abaixo. Lembrando que o valor exemplificado é referente aos negócios à vista, livres de Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). Segundo a Scot, vale destacar que nestes patamares menores os negócios travam.

Rondônia é outra praça que merece destaque, nos últimos sete dias a arroba se desvalorizou 2,9% e a referência está em R$ 132, à vista livre de Funrural. Por lá o mercado está frio, com poucos negócios efetivados devido à pressão de baixa.

No mercado atacadista de carne bovina com osso, os preços estavam estáveis frente ao último levantamento da segunda-feira, dia 22. A carcaça de bovinos castrados era cotada em R$ 9,63 por quilo.

Boi gordo no mercado físico – arroba à vista

          • Araçatuba (SP): R$ 148,50
          • Triângulo Mineiro (MG): R$ 142
          • Goiânia (GO): R$ 136
          • Dourados (MS): R$ 145
          • Mato Grosso: R$ 130,50 a R$ 134
          • Marabá (PA): R$ 132
          • Rio Grande do Sul (oeste): R$ 4,55 (kg)
          • Paraná (noroeste): R$ 149,50
          • Sul (TO): R$ 136
          • Veja a cotação na sua região

Soja

Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros da soja fecharam a terça em baixa após um dia volátil. O mercado chegou a registrar o menor nível em duas semanas no início do dia, mas se recuperou tecnicamente, fechando com perdas moderadas.

A boa evolução da colheita norte-americana limitou qualquer reação mais consistente. Até 21 de outubro, conforme o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a área colhida estava apontada em 53%. Em igual período do ano passado, a colheita era de 67%. A média é de 69%. Na semana passada, o percentual era de 38 pontos. O mercado apostava em 52%.

O relatório desta semana do USDA aponta que 66% das lavouras estavam entre boas e excelentes condições, 23% em situação regular e 11% em condições entre ruins e muito ruins. Na semana passada, os números eram de 66%, 23% e 11%, respectivamente. O mercado apostava em queda de 1 ponto percentual no índice de boas a excelentes.

Brasil

O mercado doméstico teve uma terça-feira de preços mistos. Com a Bolsa de Chicago apresentando perdas para a oleaginosa e com o dólar subindo, o Brasil não teve um comportamento homogêneo. Também não houve volume relevante de negócios no dia.

Soja no mercado físico – por saca de 60 kg

      • Passo Fundo (RS): R$ 85
      • Cascavel (PR): R$ 83
      • Rondonópolis (MT): R$ 76
      • Dourados (MS): R$ 80
      • Porto de Paranaguá (PR): R$ 89,50
      • Porto de Rio Grande (RS): R$ 89
      • Porto de Santos (SP): R$ 89,50
      • Porto de São Francisco do Sul (SC): R$ 89
      • Confira mais cotações

Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) – por bushel

        • Novembro/2018: US$ 8,57 (-1 cent)
        • Janeiro/2019: US$ 8,71 (-1,50 cent)

Nos subprodutos, a posição dezembro do farelo fechou com perda de US$ 2,10 (0,67%), sendo negociada a US$ 310,70 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em dezembro fecharam a 28,76 centavos de dólar, com baixa de 0,39 centavo ou 1,33%.


Milho

O grão registrou altas nos contratos negociados em Chicago, com o mercado  atento ao clima nos EUA. A colheita avançou bem na última semana, o que pressionou os negócios mais cedo. O indicativo de que chuvas possam atrapalhar o andamento da ceifa no cinturão produtor na próxima semana, contudo, trouxe suporte aos preços.

Como fator limitante aos ganhos do cereal está o forte declínio do petróleo, superior a 4% na Bolsa de Nova York, com a perspectiva de que a Arábia Saudita possa elevar os níveis de fornecimento.

Cotações domésticas

O mercado brasileiro mantém preços fracos. Segundo o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, o quadro ainda é de pressão de queda, avaliando a atuação das tradings nos últimos dias.

“Os principais consumidores do país ainda sinalizam fôlego em seus estoques, atuando de maneira bastante tímida na aquisição de milho. A distância entre intenção de venda e de compra segue significativa, inibindo a realização de negócios mais volumosos”, comenta.

Milho no mercado físico – por saca de 60 kg

      • Rio Grande do Sul: R$ 39
      • Paraná: R$ 32,50
      • Campinas (SP): R$ 34,50
      • Mato Grosso: R$ 23
      • Porto de Santos (SP): R$ 34,50
      • Porto de Paranaguá (PR): R$ 34
      • São Francisco do Sul (SC): R$ 34
      • Veja o preço do milho em outras regiões

Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) – por bushel

        • Dezembro/2018: US$ 3,70 (+0,75 cent)
        • Março/2019: US$ 3,82 (+0,75 cent)

Dólar e Ibovespa

A moeda norte-americana encerrou o pregão desta terça, dia 23, em alta de 0,26%, cotada a R$ 3,697 para venda. Até o dia anterior, o dólar mantinha a tendência de desvalorização frente ao real.

Segundo a Safras & Mercado, foi um dia de aversão ao risco no exterior após preocupações de investidores com a economia da China ter contaminado o mercado global. O mau humor na Ásia atingiu os demais mercados, tendo ainda como pano de fundo a situação orçamentária da Itália e as incertezas quanto ao Brexit, que corroboraram para o estresse ao redor do mundo.

Para a economista da Capital Markets Camila Abdelmalack, investidores devem digerir os movimentos no mercado asiático e acompanhar as incertezas vindas da Europa. “A tendência é abrir em alta com essas incertezas vindas de mercados que contaminam negócios globais”, diz.

Com o mercado doméstico à espera da pesquisa Ibope, houve um viés de cautela, sobretudo, pelas incertezas que a campanha do candidato Jair Bolsonaro (PSL) ainda traz.

Segundo Carmila, a publicação não deve provocar reações no mercado, já que a vantagem do candidato do PSL deve manter-se “na margem de 60% dos votos válidos, sem muitas surpresas quanto ao teto de votos e em relação a vantagem contra o adversário”, reforça.

O Ibovespa, índice da B3, fechou em baixa de 0,35%, com 85.300 pontos. As ações de grandes empresas, chamadas de blue chip, seguiram a mesma tendência, com Petrobras em queda de 1,24% e Vale com desvalorização de 2,78%.


Previsão do tempo para quarta-feira, dia 24

Sul

A frente fria se afasta completamente do continente e não afeta mais o tempo na região. Porém dois sistemas relacionados à pressão atmosférica provocam chuvas de formas distintas.

Na faixa litorânea, uma área de alta pressão (ventos no sentido anti-horário, com centro na região da Argentina) deixa o tempo fechado e com chuvas fracas. Além disso, venta bastante, com rajadas que podem chegar a 80 km/h, inclusive em Porto Alegre.

No oeste da região, o que atua é uma área de baixa pressão que se formou no interior do continente. Esse sistema provoca temporais com raios e até risco de granizo no oeste do Paraná já pela manhã, avançando para o oeste gaúcho e para o leste de Santa Catarina e do Paraná no decorrer do dia.

Há risco para alagamentos em Curitiba, que tem chuva fraca desde o início do dia e depois chuva forte a partir da tarde.

Sudeste

A frente fria se afasta, mas ainda consegue organizar intensas áreas de instabilidade sobre o Sudeste. Chove a qualquer hora do dia, com grande acumulado, no estado de São Paulo e no oeste, centro e sul de Minas Gerais.

Há risco para alagamentos em grandes centros urbanos, como as regiões metropolitana de São Paulo, Campinas e Belo Horizonte, além da Baixada Santista.

A temperatura fica baixa. No Rio de Janeiro e no sul do Espírito Santo, chove a partir da tarde, na forma de pancadas. Nas áreas mais ao norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, o tempo fica firme e faz calor.

Centro-Oeste

Continua chovendo forte no Centro-Oeste. Há risco para temporais no sul e leste de Mato Grosso do Sul e de Goiás, inclusive com alto acumulado e potencial para transtornos.

Os termômetros não sobem muito por causa da alta quantidade de nuvens. Nas demais áreas, a chuva ocorre de forma mais pontual, à tarde, e a temperatura fica elevada.

Nordeste

Quarta-feira sem previsão de chuva no Nordeste. O sol aparece em todos os estados da região e eleva bastante as temperaturas no período da tarde. É possível que Teresina registre recorde de maior temperatura do ano.

Norte

A chuva migra para o leste da região, e o tempo aberto predomina no Amapá, Tocantins e quase todo o Pará. Com sol o dia todo, o calor é intenso. Já no Amazonas, é o oposto: o estado recebe as chuvas mais fortes da região nesta quarta, e a temperatura não sobe em alguns municípios.