Safra de café de Minas pode ter quebra de 20%

Falta de chuvas e bienalidade são apontadas como responsáveis pela quebraA chuva nas últimas semanas trouxe a florada para os cafezais do Cerrado mineiro. Mesmo assim, a expectativa é que a próxima safra tenha redução de 20%. A estiagem prolongada no primeiro semestre do ano e a bienalidade das lavouras devem ser as responsáveis pela queda de produção.

No primeiro semestre desse ano, o índice pluviométrico na região de Patrocínio, no Alto do Paranaíba, foi 45% menor em comparação com o mesmo período do ano anterior. Mesmo numa fazenda que possui 70% da área irrigada, a média de produção de 50 sacas por hectare foi reduzida para 30.

– Nós tivemos uma chuva em agosto, onde teve uma primeira florada de 20% e depois voltou a chover somente no final de outubro, sendo que o nosso ano agrícola, o ano produtivo do café, começa depois da primeira florada e nós tivemos um atraso significativo na florada principal – comenta o produtor rural Marcelo Montanari.

Na última semana de outubro, a região registrou um acumulado médio de 90 milímetros. A chuva trouxe a florada principal para os cafezais, mas o atraso prejudicou o planejamento e aumentou em 10% o custo de produção.

– Para que eu consiga montar meu planejamento, eu preciso saber o que eu vou produzir para eu fazer a compra de insumos agrícolas, de acordo com a produtividade. Com esse atraso e o dólar valorizado, as condições de compra ficaram desfavoráveis do que se tivesse comprado antes – calcula Montanari.

A preocupação dos produtores agora é com a regularidade das chuvas, pelo menos até fevereiro, período onde ocorre a granação, processo que é extremamente importante para a qualidade do produto.

– A gente constuma ter um veranico aqui na região, em torno de 20 dias, e esse veranico vai atrapalhar a granação. Nós podemos ter problema de enchimento de grão e, consequentemente, peneira lá na frente – projeta o engenheiro agrônomo Eduardo Lazarini.