Câmbio pode cair ainda mais e preço da soja no Brasil não agrada

Analista de mercado volta a destacar a importância de o produtor ficar de olho no câmbio para tentar obter bons valores pela soja

Desde o final do ano passado, praticamente todas as consultorias agronômicas do país alertavam para o risco de que o câmbio traria para a comercialização da soja. Até o momento as previsões se mostraram certas e agora a expectativa da consultoria Informa Economics IEG/FNP é que chegue a R$ 3,05. Com isso, nem mesmo o bushel sendo cotado a US$ 11 traria bons valores aos produtores brasileiros. Mais uma vez, a dica para o produtor é ficar de olho para tentar encontrar momentos oportunos para a venda.

Os preços da oleaginosa no mercado nacional não vão bem. Segundo o indicator Esalq/Cepea os valores praticados no Paraná caíram 4% em janeiro. No mercado internacional, no entanto, apesar de pequenas retrações observadas nos últimos dias, a expectativa é que se mantenham acima dos US$ 10 por bushel. “O preços na Bolsa de Chicago estão até mais altos do que o esperado, subindo a US$ 10,5 por bushel e quem sabe podendo chegar a US$ 11 por bushel”, afirma o analista de mercado da Informa, Aedson Pereira. “A grande questão que pesa para o produtor brasileiro é a condição cambial, que tem surpreendido todo mundo com quedas acentuadas.”

personagem soja

Segundo Pereira ainda há espaço para novas quedas no câmbio, muito ligado a questões políticas tanto no Brasil, quanto nos Estados Unidos. “Em um prazo curto, especula-se que o dólar possa bater até R$ 3,05. Não acho um número improvável, não. Justamente pelo ritmo de fluxo cambio, e das políticas econômicas dos dois países”, diz o analista. “O mercado já rejeita a possibilidade de o câmbio voltar a R$ 3,40 em 2017.”

Para ele, o produtor deve se manter em alerta e ponderar entre os preços da comodity na bolsa de Chicago e o câmbio, que deve permanecer volátil, podendo subir a qualquer momento e cair ainda mais rápido. “Atualmente o câmbio está puxando o preço da soja para abaixo de R$ 70 por saca, no Paraná, por exemplo. Ou seja, é preciso fazer as contas e ver se este valor paga os custos”, explica.

Outra possibilidade, só que no campo produtivo, é que se o agricultor conseguir um rendimento em sacas mais alto, isso possa compensar os baixos valores. “Neste quesito é torcer para que a produtividade reflita todo o empenho do agricultor na hora do plantio e gere bons volumes”, finaliza.

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